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Estimativa positiva para a 2ª safra de milho no Centro-Oeste

1 nov 2011 - 16h59
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Dias de sol intercalados por chuvas satisfatórias nas principais regiões produtoras do Brasil aceleraram o plantio de soja, o que deve abrir uma "janela" adequada para a semeadura da segunda safra, plantada com milho e algodão no Centro-Oeste ou cereais no Sul, de acordo com representantes de agricultores.

Quando chove demais, as atividades de plantio nos campos ficam prejudicadas, assim como ocorre quanto não há chuva em volume suficiente. No ano passado, o plantio de soja no Centro-Oeste atrasou para meados de outubro porque as chuvas demoraram a chegar em volumes expressivos, diferentemente do que ocorreu este ano, quando ao final de setembro os primeiros lotes estavam sendo semeados.

E o bom desenvolvimento da primeira safra 2011/12 no País, plantada majoritariamente com soja, permite uma preparação mais tranquila da segunda safra, melhorando as perspectivas de produção, que inclui a possibilidade de uma área maior. "É importante destacar que quando se planta na janela correta, a chance de ter boa produtividade aumenta, janela de plantio é fundamental para a produtividade", afirmou o diretor-executivo da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo.

Mais de um terço da produção de milho do Brasil é colhida na segunda safra. Quando a primeira safra atrasa, há um risco maior de seca para a segunda safra no Centro-Oeste à medida que o inverno se aproxima, assim como de geadas no Sul.

Segundo a consultoria Agência Rural, o Mato Grosso já plantou mais de 60% da área projetada com soja, contra 33% na mesma época do ano passado. "E tudo indica que se o clima ajudar vamos ter uma área de milho maior do que foi no ano passado", ressaltou Paludo, adicionando que tudo vai bem para a safra de soja.

O Imea, órgão de análise do mercado da Famato, estima um crescimento da área da segunda safra de milho para 2 milhões de hectares, alta de quase 15% ante a temporada anterior. O Mato Grosso é o segundo produtor do cereal do Brasil.

As boas perspectivas são importantes em um ano em que os mato-grossenses venderam antecipadamente como nunca: 46,6% da safra de milho, segundo o Imea. No primeiro produtor de milho do Brasil, o Paraná, a situação é semelhante à do Mato Grosso, com a semeadura da oleaginosa bem adiantada, superando 63 por cento da área.

"Isso vai permitir um plantio antecipado do milho também, o que vai se refletir em mais segurança para a safra", disse o agrônomo Otmar Hubner, do governo paranaense, que crê em aumento de plantio do cereal no Estado.

Segundo Hubner, se os produtores tivessem plantado o milho mais cedo na safra passada, danos por geadas poderiam ter sido evitados. Nas duas safras 11/12 de milho, o Paraná deve colher 13,2 milhões de t, contra 12,7 milhões de t na passada, segundo o Ministério da Agricultura.

Ameaça da La Niña
"Estamos dentro de uma faixa de normalidade, o que propicia uma boa expectativa em relação à safrinha de milho", disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, lembrando que os produtores precisam mesmo ter uma boa produtividade num momento de volatilidade nos mercados de commodities.

Ele lembrou ainda que para uma boa safrinha é importante que não se repita o que aconteceu na safra passada, quando houve muita chuva na colheita da soja por conta do fenômeno climático La Niña, que se desenvolve em 2011/12 também. "Ano passado atrasou o plantio. Se não conseguir entrar com as máquinas, consequentemente não consigo entrar para plantar o milho".

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