DF: deficientes são contratados para digitalizar processos
O sistema judiciário brasileiro trabalha para que os processos sejam digitais, ganhando agilidade em julgamentos, e as pessoas com deficiência estão aptas a ajudar. O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, lançou uma parceria com o Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe) para que profissionais trabalhem na digitalização de processos.
De acordo com a desembargadora Elaine Vasconcelos, presidente do TRT em questão, a parceria é um passo importante para a erradicação da preconceito. "Esta é uma parceria em que todos têm a ganhar na erradicação do preconceito", afirma.
Ao todo, 19 pessoas com deficiência foram contratadas, que eram o apoio de dois supervisores com domínio da Lingua Brasileira de Sinais (Libra). De acordo com o TRT, a equipe é composta por deficientes auditivos em grau leve, moderado, severo ou profundo.
Há também deficientes físicos e um portador da Síndrome de Asperger, Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), resultante de uma desordem genética, que apresenta semelhanças com o autismo. Três deles são atletas parolímpicos.
Segundo o supervisor do Cetefe William Tomaz, o centro prioriza a inserção de pessoas surdas no mercado de trabalho, pois são eles os que têm a maior dificuldade de encontrar vagas e manter-se no emprego. A razão, segundo o supervisor, é a dificuldade de comunicação, falta de informação e preconceito.
O objetivo é digitalizar oito milhões de folhas processuais. O trabalho começou dia 2 de junho com a higienização e digitalização de processos no Foro Trabalhista de Brasília. A equipe começa as 13 e segue até as 19h, divididos em dois grupos.
O primeiro recebe os processos e realiza a higienização, preparo dos processos para serem escaneados, que envolve a retirada de grampos e quaisquer outros elementos como post-its. O segundo grupo realiza a digitalização, com o cuidado de verificar a legibilidade das folhas escaneadas, para evitar duplicidade de esforços ou o retorno dos processos. Semanalmente, são digitalizados cerca de 300 processos, o que significa mais de 700 volumes com uma média de 200 folhas cada.