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Autoridades na Rio+20 cobram recursos de empresas de emergentes

22 jun 2012 - 20h49
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Na busca por novas fontes de recursos para financiar o desenvolvimento sustentável, milionários e grandes empresas de países emergentes como o Brasil devem ser mobilizados para tornar o mundo mais justo, afirmou à Reuters o ministro de Desenvolvimento Internacional da Noruega, Heikki Holmas.

Autoridades mundiais reunidas na Rio+20 discutiam no último momento formas de financiar projetos de desenvolvimento sustentável e combate à miséria apesar de o documento em discussão na Rio+20 ter deixado para depois a definição de novos instrumentos para levantar recursos.

"Precisamos mobilizar mais dinheiro para fazer o mundo ser mais justo. Nós precisamos mobilizar recursos de pessoas ricas de mais países, diferentes países; o Brasil por exemplo tem umas das maiores desigualdades, Argentina o mesmo, se quisermos ser bem-sucedidos não podemos querer levantar recursos apenas de países ricos no mundo, mas de todas as pessoas ricas do mundo", afirmou o ministro nesta sexta-feira após participar de um dos painéis da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

O ministro também citou China e Índia como países que deveriam combater melhor desigualdades com transferência de recursos de empresas e pessoas ricas. O ministro disse que está em estudo uma taxação sobre transporte aéreo, sobre operações de câmbio e transações financeiras, o que "levantaria dinheiro de pessoas ricas, de grandes empresas e não apenas de países ricos".

"Porque 70% das pessoas pobres do mundo vivem em países que em desenvolvimento e nestes países grandes empresas e pessoas ricas deveriam contribuir para se ter mais igualdade", acrescentou, em breve entrevista à Reuters.

O ministro norueguês ajuda a ONU a angariar fundos que alimentem propostas para desenvolvimento sustentável, um dos pontos mais polêmicos da conferência e que ficou de fora do documento apresentado para negociação entre chefes de Estado. A Noruega exibe os melhores indicadores sociais do mundo e está entre os países com as menores taxas de desigualdade social da humanidade.

Líderes mundiais encerram nesta sexta-feira a cúpula da Organização das Nações Unidas com pouco a mostrar além de um acordo fraco, enquanto críticos desdenham os governos por não demonstrarem urgência no combate à mudança climática e à escassez de alimentos e água. Cerca de 100 chefes de Estado e de governo se reuniram nos últimos três dias em esforços para estabelecer as chamadas "metas de desenvolvimento sustentável", uma iniciativa da ONU erguida em torno do crescimento econômico, do meio ambiente e da inclusão social.

O acordo pediu um novo processo intergovernamental para produzir um relatório que avalie quanto dinheiro é necessário para o desenvolvimento sustentável, e quais instrumentos novos e existentes podem ser utilizados para levantar mais fundos. O processo será liderado por um grupo de 30 especialistas, que concluirá seu trabalho até 2014.

Embora alguns países em desenvolvimento tenham pedido a criação de um fundo de desenvolvimento sustentável de 30 bilhões de dólares, a proposta não entrou no texto final. Em vez disso, o texto "reconhece a necessidade de mobilização significativa de recursos de várias fontes".

Sobre o auxílio financeiro aos países em desenvolvimento, o acordo insta os países ricos a fazerem "esforços concretos" para cumprirem a meta acordada anteriormente de 0,7% de ajuda do Produto Interno Bruto para ajudar os países em desenvolvimento até 2015. O ministro norueguês elogiou o Bolsa-Família e lembrou que o programa do governo brasileiro já serve de modelo para vários países.

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