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Greenpeace: Rio+20 não conseguiu unir pilares da sustentabilidade

22 jun 2012 - 13h02
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Sabrina Bevilacqua
Direto do Rio de Janeiro

A principal falha da Rio+20 é não interligar as questões social, ambiental e econômica. É o que afirma o diretor internacional do Greenpeace, Kumi Naidoo. Segundo ele, os governos continuam lidando com os temas de forma isolada, e isso é um retrocesso. Para Naidoo, não há falta de entendimento por parte governos sobre a situação ambiental e social mundial. Faltam ambição e liderança política. "Em reuniões individuais com chefes de Estado eles não discordam que as emissões de carbono têm de cair até 2015".

Nessa sexta-feira, representantes de ONGs e movimentos sociais disseram estar chocados com o fato de mais de 100 negociadores e chefes de Estado não terem discutido o documento com tranquilidade e de forma aberta. Segundo a representante da Oxfam, Barbara Stocking, movimentos sociais pediram ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que coloque a sociedade civil e os sindicatos realmente dentro das discussões ONU. "Acredito que ele ainda não ouviu a palavra de que o povo quer mais. Cabe a nós mostrar que queremos um futuro que está faltando", afirma Barbara.

Diante da falta de resultados objetivos, as organizações afirmam que continuarão trabalhando para fortalecer a movimentação da sociedade civil. "A menos que os líderes mostrem novos caminhos, vamos continuar protestando", disse Barbara.

Sobre os resultados positivos da Rio+20, ela ressaltou o anúncio de projetos para a extinção da fome no mundo e o fato de que as discussões para metas de desenvolvimento sustentável terão continuidade. Além disso, ela elogiou eventos paralelos, como a Cúpula dos Povos, que devem trazer resultados concretos.

Entretanto, para Naidoo, não era necessário realizar uma conferência como a Rio+20 para anunciar algumas boas iniciativas. "Pensávamos que os governos trabalhariam para criar uma visão de mundo e evitar mudanças climáticas e desequilíbrios sociais. Um bilhão de pessoas passam fome todos os dias e onde está a vontade política e a indignação contra isso?", completou.

Sobre a Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro voltou a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que termina hoje, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento ingressou quarta-feira na etapa definitiva e mais importante. Nesta sexta, o Segmento de Alto Nível faz sua última plenária e encerra a Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não vieram ao Brasil, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo, que segue sofrendo críticas dos representantes mundiais. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

vc repórter

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Fonte: Terra
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