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Criticado, Eike defende economia verde e destaca investimentos

21 jun 2012 - 18h08
(atualizado em 22/6/2012 às 13h26)
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Giuliander Carpes
Direto do Rio de Janeiro

Eike Batista responde a acusações da Cúpula dos Povos
Eike Batista responde a acusações da Cúpula dos Povos
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Um dos alvos dos protestos realizados pela Cúpula dos Povos, que faz uma cruzada contra a chamada "economia verde", o empresário Eike Batista usou o auditório da exposição Humanidade 2012, no Forte de Copacabana, para expor as iniciativas socioambientais de seu polo de empresas - uma espécie de defesa contra as críticas.

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Acusado de causar impacto ambiental com suas megaobras, Eike reiterou que sua empresa desenvolve 170 projetos socioambientais - diz que investe R$ 150 milhões apenas no norte fluminense. No Rio, o empresário doa R$ 20 milhões anuais para o sistema de unidades de polícia pacificadora (UPP) implantado em várias favelas antes dominadas pelo tráfico de drogas.

"A gente faz estes investimentos porque acredita. Tenho certeza que todo mundo aqui teve o seu imóvel valorizado, dobrado de preço, por causa destas iniciativas no Rio de Janeiro", afirmou Eike.

Os grupos ambientais afirmam que o superporto do Açu, que Eike Batista vende como uma solução para a população de São João da Barra, causará um problema ainda maior de favelização da região. O empresário garante que já tem tudo planejado para evitar esta situação.

"Temos o projeto de um bairro com 270 mil moradias planejado pelo Jaime Lerner. Vai ficar a 10 quilômetros do Porto do Açu. Será a Veneza dos trópicos", respondeu Eike. "Já esperamos que aquela região vá receber 500 mil pessoas até 2025 e estamos preparados". Entre os projetos mencionados pelo empresário, está um assentamento sustentável, que irá produzir o suficiente para abastecer a região com produtos hortifrutigranjeiros.

Eike manifestou otimismo de que, num futuro próximo, as plantas que utilizam carvão possam reduzir suas emissões de gases do efeito estufa a zero. "Acredito que em cinco anos a indústria que utiliza carvão não será mais esse dragão poluidor, responsável por praticamente 70% das emissões. Já há tecnologia sendo desenvolvida para transformar a poluição em biomassa e isso logo vai estar à disposição de todos. Vamos olhar para máquinas de reciclagem perfeitas", crê o bilionário.

O empresário adota um tom otimista também para falar da Rio+20, vista por muitos especialistas como um fracasso. "Eu acho que seja quais forem as definições da conferência, estaremos dando mais um passo no caminho de uma economia 100% verde. Uma questão muito importante é saber quem vai financiar as iniciativas mais corretas. Isso custa muito dinheiro. O empresário em geral também vai precisar entender que o único caminho para o seu negócio é a sustentabilidade."

Durante a Cúpula dos Povos, grandes empresas, como a Vale e o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), também foram alvo de críticas de movimentos sociais.

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Fonte: Terra
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