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Embaixador nega mudanças no texto final da Rio+20

20 jun 2012 - 20h27
(atualizado às 20h29)
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Marcus Vinicius Pinto
Direto do Rio de Janeiro

O que está feito está feito e a Cupula dos Chefes de Estado só vai discutir o futuro. Apesar de o discurso do secretario geral da ONU, Ban Ki-Moon, levar a entender que ainda é possível mexer no texto final da Rio+20, para o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Macedo o texto está negociado e concluído.

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"No papel em que está, Ban Ki-Moon não pode dizer que é impossível aos países, o que quer que seja", disse. "O documento é o que existe e será enviado para adoção por parte da assembleia", garantiu.

Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a conferencia do Rio não pode ser tratada com um fracasso. "Aqui estamos sinalizando um novo caminho da sustentabilidade e da biodiversidade", disse a ministra, fazendo questão de lembrar que há 20 anos, um dia após a Eco92, todas as notícias falavam em fracasso.

Embaixador negociador do texto final, Luiz Alberto Figueiredo Macedo negou que faltasse ambição ao documento final. O texto foi criticado pelo presidente francês, François Hollande, pelos pontos polêmicos de pouco fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma, que algumas nações pediam para virar uma agência independente, o que foi ignorado pelo documento) e pela falta de acordo sobre o financiamento do meio ambiente.

"Foi a negociação mais democrática da ultima década. O Brasil fez o possível para chegar a um documento internacionalmente aceito sem outras protelações" disse o embaixador. Sobre a questão do financiamento, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Macedo disse que há muita coisa ainda que precisa ser feita, principalmente no que se refere à alocação de recursos por parte de países em desenvolvimento. "Quem exige ambição e não põe dinheiro na mesa, está sendo incoerente", rebateu.

Izabella Teixeira mostrou pontos positivos do texto final e disse que é um avanço. "É uma conferência de partida, que sempre teve espirito de médio a longo prazo", disse. A ministra destacou a questão dos oceanos e dos tratados das águas internacionais e sobre a adoção de um novo índice para mensurar a riqueza do planeta, a ser desenvolvido pelo setor de estatísticas da ONU.

Sobre as negociações entre os chefes de Estado, o diplomata brasileiro disse que amanhã será o dia das quatro mesas redondas em que os mandatários das nações vão discutir, por exemplo, a inclusão das 30 propostas enviadas pela sociedade civil - através dos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável - no relatório final da conferência. "A intenção é que na próxima Assembleia Geral da ONU essas propostas da sociedade civil sejam levadas em consideração", disse Macedo, fazendo questão de afirmar que pela primeira vez em uma conferencia da ONU a participação da sociedade civil foi tão intensa.

Sobre a Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento se prepara para ingressar na etapa definitiva. De hoje até sexta, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

Fonte: Terra
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