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Rio+20: maior conquista foi chegar a consenso, diz Patriota

Rio+20: maior conquista foi chegar a consenso, diz Patriota

19 jun 2012 - 15h04
(atualizado às 15h36)
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Angela Chagas
Direto do Rio de Janeiro

Uma vitória diplomática. Foi assim que o ministro Antonio Patriota classificou o acordo em torno do documento final da Rio+20, aprovado no começo da tarde desta terça-feira. Segundo o chanceler, a maior conquista foi se chegar a um consenso, já que países como Estados Unidos e União Europeia faziam objeções a diversos pontos do texto.

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"O resultado é muito satisfatório, em primeiro lugar porque existe um resultado. Antes de assumirmos o comando das negociações, se falava até em não chegarmos a um texto final, mas o Brasil conseguiu garantir isso", afirmou. "Quando começamos esse debate, há três dias, 40% do texto estava acordado, hoje estamos com 100%", disse sobre o documento, fechado em 49 páginas.

Ele ainda respondeu a críticas de ONGs e representantes da sociedade civil, que afirmaram que o documento final é fraco e não representa a ambição da população. "O papel das ONGS é justamente esse, de estimular o debate, por isso damos voz a eles. Mas temos muito a comemorar, não retrocedemos em nenhum ponto", afirmou ao lembrar os princípios da Eco-92, a conferência sobre meio ambiente realizada em 1992 no Rio de Janeiro.

Segundo ele, isso pode ser exemplificado com a confirmação do princípio dos direitos comuns, mas diferenciados, definido em 1992. Patriota disse que os países desenvolvidos, que faziam objeções ao ponto, acabaram cedendo e confirmando a necessidade dessa diferenciação entre nações pobres e ricas.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, elogiou o documento final e citou alguns pontos que podem ser considerados avanços. "Temos a adoção formal de um plano de produção e consumo sustentável para os próximos anos, esse é um ponto muito importante para o desenvolvimento sustentável. O debate sobre o PIB também é fundamental porque há pelo menos 10 anos ouvimos pessoas pedindo um novo indicador de desenvolvimento, e o documento trata disso", completou a ministra.

Atingido esse consenso, o documento final deverá ser referendado pelos chefes de Estado, que se reúnem no Rio de Janeiro a partir de amanhã.

Sobre a Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento se prepara para ingressar na etapa definitiva. De quarta até sexta, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

Críticas das ONG's são bem-vindas, diz ministro sobre Rio+20:
Fonte: Terra
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