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Mesa pede fim dos US$ 630 bi em incentivos a combustíveis fósseis

18 jun 2012 - 16h56
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Sabrina Bevilacqua
Direto do Rio de Janeiro

Especialistas que participaram da mesa sobre Energia Sustentável para Todos vão recomendar a chefes de Estado que incluam o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis no texto que deve ser aprovado na Rio+20. A sugestão foi aprovada por internautas e discutida durante o terceiro dia dos Diálogos para a Sustentabilidade, no Riocentro.

Mulheres cantam "Meu corpo é meu" durante a marcha pelo direito das mulheres
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Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

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Para o pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e secretário-executivo do Fórum Brasileiro sobre Mudança Climática, Luiz Pinguelli Rosa, que participou do debate, a questão tem de ser analisada com mais calma. "Se o subsídio é para o combustível utilizado nos automóveis eu sou a favor da eliminação. Mas se é para o gás de cozinha, que ainda é importante para as famílias pobres e ajuda a prevenir o desmatamento, minha posição é outra", diz.

Segundo dados da Agência Internacional de Energia, os subsídios para os combustíveis fósseis alcançam cerca de US$ 630 bilhões no mundo. Já os estímulos a alternativas renováveis ficam em cerca de US$ 60 bilhões.

A necessidade de substituir investimento em combustíveis fósseis por tecnologias renováveis foi destaque no painel. Tanto especialistas quanto o público ressaltaram a importância de se criar mecanismos para o redirecionamento desses subsídios para energias renováveis e de baixo carbono.

Além do fim dos subsídios aos combustíveis fósseis, outras duas sugestões serão levadas aos chefes de Estado: o estabelecimento de metas mais ambiciosas para avançar no uso de energias renováveis e o escalonamento de investimentos para garantir acesso à energia igual para todos, sugestão feita pelos especialistas que integraram a mesa.

Sobre a Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

vc repórter

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Fonte: Especial para Terra
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