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Ato contra presidente iraniano na Rio+20 reúne 200 em SP

17 jun 2012 - 13h02
(atualizado às 14h45)
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Ricardo Santos
Direto de São Paulo

Cerca de 200 pessoas participavam neste domingo de um ato contra a presença do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, na Conferências das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), no Rio de Janeiro. Organizado pela Frente pela Liberdade do Irã (FLI), o evento, na Praça dos Arcos, no bairro da Consolação, em São Paulo, agregava membros de diversas organizações de direitos civis e religiosas, todos contrários ao líder iraniano. O protesto também foi realizado no Rio de Janeiro

"Eu, como filho de iranianos e tendo parentes presos no Irã, preciso me manifestar contra o Ahmadinejad", afirmou Rassekh
"Eu, como filho de iranianos e tendo parentes presos no Irã, preciso me manifestar contra o Ahmadinejad", afirmou Rassekh
Foto: Terra Britto / Futura Press

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"Quando ficamos sabendo da vinda dele, reunimos as pessoas que se organizaram na outra vinda de Ahmadinejad ao Brasil. E depois foi uma geração espontânea nas redes sociais", afirmou Flavio Rassekh, coordenador da FLI. Segundo ele, o evento reunia representantes de direitos humanos, evangélicos, praticantes do candomblé, da umbanda, integrantes do movimento negro, do grupo GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), e até sobreviventes do Holocausto.

"O Irã é o único país no mundo que enforca homossexuais na rua. Eles apedrejam as mulheres, perseguem os bahá'ís, uma minoria religiosa. Eu, como filho de iranianos e tendo parentes presos no Irã, preciso me manifestar contra o Ahmadinejad", afirmou Rassekh. Apesar de a Rio+20 ser focada em sustentabilidade, isso não era, para os participantes, motivo para aceitar no País um chefe de Estado "contra qualquer princípio humanitário", como diz o professor Antonio Ortega. "Não se pode afastar a questão ambiental dos direitos humanos", disse ele. "Por detrás do discurso de exterminar Israel, ele quer exterminar outros seres humanos, de outras religiões."

O vereador da capital paulista Floriano Pesaro (PSDB) também criticou a posição do governo. "O Brasil é o centro do mundo nesse debate (da Rio+20), um evento de sustentabilidade, e você traz esse cara que é uma nuvem negra",disse ele. Segundo Pesaro, apesar de a diplomacia brasileira procurar manter o diálogo com o país do Oriente Médio, "é um erro ser tolerante" nesse caso. "Não podemos prestigiar alguém que é a antítese da humanidade."

"A política externa do Brasil tem sido de diálogo, mas nós achamos que isso tem que ter um limite", afirmou Mário Fleck, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo. "Quando esse personagem põe a mãos em armas nucleares, quando ele aceita sanções econômicas que causam sofrimento ao próprio povo, está claro que chegamos ao limite", disse ele, que comparou o presidente iraniano a Hitler. "Ele não devia ser convidado para evento nenhum. Estamos aqui para marcar a nossa indignação."

Sobre a Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

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Fonte: Terra
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