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Longe de acordo, chefes de Estado terão que trabalhar na Rio+20

16 jun 2012 - 18h01
(atualizado às 18h03)
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Marcus Vinicius Pinto
Direto do Rio de Janeiro

Apesar de o Brasil seguir otimista em relação a um acordo sobre o texto final da Rio+20 antes do próximo dia 20, os chefes de estado que participarão da Cúpula a partir da próxima quarta-feira terão muito trabalho. O Brasil assumiu a liderança das negociações desde a noite desta sexta-feira e, de acordo com o Ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, quer finalizar e entregar o texto-base, limpo, sem colchetes, até a noite de segunda-feira.

"Consolidamos um texto mais enxuto com base no avanço. Voltamos a nos reunir ainda neste sábado para falarmos de desenvolvimento sustentável, governança, meios de implementação e oceanos", disse Patriota em entrevista coletiva.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o acordo alcançado chega a 38% do texto final. O embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado explicou que o texto mais enxuto remove as partes duplicadas quem foram inseridas por diferentes grupos, apresentando 56 páginas contra as 80 anteriores. "O documento que preparamos é uma consequência das negociações até a sexta-feira e respeita essas negociações, mas falta refinar alguns parágrafos", afirmou Machado.

Patriota prefere não revelar o que falta afinar no texto. "Se eu falasse estaria negociando pela impresa. Estamos em um momento delicado", declarou o ministro. O que não falta ajustar é no capítulo 2, que trata da renovação dos compromissos políticos e que reafirma a declaração dos Princípios do Rio, assinado em 1992, e que define as responsabilidades dos países com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.

Neste ponto, há discordância entre Europa e Estados Unidos, e o grupo G-77 e a China. "A manutenção dos princípios é algo de grande importância" defendeu Patriota, sem entrar na polêmica. Conforme o ministro, o texto ainda incorpora um novo processo intergovernamental para elaboração de uma estratégia de financiamento, que deve ser definido apenas em 2014. "O texto final não vai ter um nível de detalhamento muito grande", observou ele. "Há uma segunda parte de todo o processo que pode ser política, mas também pode ser técnica, e isso vai precisar ser detalhado até 2015", explicou Figueiredo.

Além de ter quer dar forma ao texto final, os chefes de Estado ainda vão ter outros compromissos no Rio durante os três dias de encontros. De acordo com o embaixador, o primeiro ponto importante serão os discursos, onde cada chefe de Estado irá expor sua opinião e visão de mundo. Depois vão participar de encontros bilaterais e mesas redondas onde discutirão as propostas que serão levadas pelos Diálogos de Desenvolvimento Sustentável, que iniciaram neste sábado no Riocentro. "Serão mais 30 propostas que tem que ser levadas em conta também", finalizou Machado.

Fonte: Terra
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