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Fortalecimento do Pnuma divide negociadores na Rio+20

14 jun 2012 - 17h44
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O secretário executivo da delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, disse nesta quinta-feira que não há consenso entre os negociadores para fechar a proposta de fortalecimento do programa ambiental das Nações Unidas (ONU) para as questões ambientais no texto final do evento. Segundo ele, ainda é necessário "avançar" em relação a esse aspecto do documento.

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O Brasil e vários países defendem o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), tornando-o autônomo e com mais recursos. Há, ainda, uma proposta sobre a criação de uma organização independente, como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, ambas esbarram em obstáculos impostos por países ricos.

"Estamos concentrados no fortalecimento do Pnuma e em encontrar medidas práticas e eficientes para que tenha seu papel reforçado e meios de exercê-lo", disse Machado. "A questão de transformar ou não em uma agência é posterior. Não há consenso sobre a transformação do Pnuma em uma agência independente."

O documento final, em fase de elaboração, está na sua maior parte sem acordo. Apenas um quarto do texto foi negociado. Os principais temas divergentes são as definições sobre metas comuns, transferência de tecnologias, financiamentos, capacitação de pessoas para a execução de programas relacionados ao desenvolvimento sustentável, compreensão sobre o significado de economia verde e criação de novas instituições.

No entanto, o secretário-executivo brasileiro da Rio+20 disse que está "otimista" com a possibilidade de fechar o texto até amanhã. Nos bastidores, porém, os negociadores trabalham com a hipótese de estender as negociações até o fim de semana, dias antes da reunião de cúpula com mais de 100 chefes de Estado e governo - que ocorrerá de 20 a 22 de junho.

Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

Agência Brasil Agência Brasil
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