Diretor de centro da ONU: 25% do documento da Rio+20 está fechado
O diretor do Centro de Informações da ONU para o Brasil, Giancarlo Summa, confirmou nesta quarta-feira, em entrevista à Agência Brasil, que cerca de 25% do documento final da Rio+20 está fechado. Segundo ele, alguns pontos podem ser concluídos até o dia 15, antes dos debates oficiais, mas outros dependerão de uma negociação mais complicada.
"Tem pontos onde a pendência é acertar um adjetivo ou uma vírgula, mais simples, e outros, mais complicados porque tem questões políticas envolvidas", afirmou, sem dar exemplos.
A primeira coletiva de imprensa sobre o documento final da Rio+20 é esperada para a tarde de hoje. O secretário-geral do evento, o diplomata chinês Sha Zukang, fala sobre a evolução das negociações do texto, que tem cerca de 400 pontos. Outra coletiva, também hoje, explica a logística da conferência, que se estenderá até o dia 22 de junho.
Sobre o documento final da ONU, os negociadores concluíram, no início do mês, a última rodada de conversas preparatórias, em Nova York. A reunião foi incluída no calendário para que os negociadores tivessem tempo de acertar divergências antes de chegar ao Rio de Janeiro.
São esperados para a conferência sobre o desenvolvimento sustentável representantes de mais de 180 países. Paralelamente, cerca de 2 mil eventos organizados pela sociedade civil, empresários, governos e especialistas ocorrem pela cidade.
Rio+20
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável ocorre na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 13 a 22 de junho e deverá contribuir para a definição da agenda de discussões e ações sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.
Assim chamada por marcar os 20 anos da realização da Eco92, a Rio+20 é composta por três momentos. De 13 a 15 de junho, representantes governamentais discutirão os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. Entre 16 e 19, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.
Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, vários líderes mundiais estarão ausentes, incluindo o presidente americano Barack Obama. Do lado europeu, ficam de fora a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Para garantir a presença de países africanos e caribenhos, o Itamaraty, o Ministério da Defesa e a Embraer trarão as delegações de 10 deles.