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Rio+20: voluntários reclamam de dificuldade de liberação no trabalho

9 jun 2012 - 14h40
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Giuliander Carpes
Direto do Rio de Janeiro

São quase 1,2 mil voluntários para o evento, que se realiza entre os dias 13 e 22 deste mês
São quase 1,2 mil voluntários para o evento, que se realiza entre os dias 13 e 22 deste mês
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Para ser voluntário da Rio+20 não basta apenas ter vontade. Além de passar por uma seleção rígida, o mais importante, muitas vezes, é a disponibilidade para trabalhar durante 15 dias. Alguns candidatos relatam dificuldades em conseguir liberação, mesmo de empresas que apoiam a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

É o caso de André Freire, 24 anos, formado em relações internacionais. Ele trabalha na área de negócios internacionais da Petrobras, empresa estatal que apoia o programa de voluntariado da Rio+20. No entanto, seu chefe não o liberou para a participação no evento.

A solução encontrada por André foi tirar férias. "Eu fui obrigado a isso, senão não poderia ser voluntário da conferência. Isso que supostamente a Petrobras é uma das apoiadoras. Mas isso é só na teoria", reclamou André. "É uma pena que, na prática, as empresas tenham uma postura diferente."

Sua ex-colega de faculdade Ana Carolina Vasquez, também de 24 anos, passa pelo mesmo problema. A solução encontrada por ela foi fazer um esforço extra durante os 15 dias da Rio+20.

"Trabalho numa agência que dá suporte às prefeituras que estão participando da conferência. E eles não tiveram interesse em me liberar. É uma coisa contraditória", relatou ela. "Eu vou acabar fazendo jornada dupla. O jeito que dei para participar foi me manter na empresa durante a semana e trabalhar em dois turnos na Rio+20 no final de semana."

Os dois fizeram o esforço porque acreditam que vai valer a pena ser voluntário na conferência. Ana auxilia seu terceiro evento importante e já trabalhou como pesquisadora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

"Você ganha muita experiência sendo voluntário. É uma situação nova a cada dia. E faz novos amigos também, além de turbinar o currículo", explicou.

É a mesma motivação de Kleber Daniel dos Santos, 20 anos, que faz curso técnico de segurança do trabalho. O interesse do estudante é começar sua carreira mais atualizado que outros técnicos mais antigos. "Para mim vai ser importante observar as principais práticas de sustentabilidade no trabalho. Se não me adaptar agora, já começo ultrapassado", contou.

Representantes da Petrobras não foram encontrados para comentar a não liberação de funcionários para o trabalho de voluntariado durante a Rio+20.

Segundo o secretário nacional de organização da conferência Laudemar Aguiar, 10,4 mil pessoas se candidataram para serem voluntárias no evento - foram selecionadas 1.191. O ministro também informou que há a intenção de formar um cadastro positivo para que os voluntários da Rio+20 tenham preferência para trabalhar em outros eventos internacionais que a capital fluminense vai receber nos próximos anos, como a Copa do Mundo de futebol de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Fonte: Terra
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