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ONU pede ação imediata contra elevação da temperatura

22 nov 2012 - 10h47
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O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) faz um alerta a países para a necessidade de adoção imediata de medidas mais rigorosas envolvendo setores econômicos com o objetivo de reduzir as emissões de gases estufa e evitar que a temperatura do planeta tenha elevação acima de 2 graus Celsius nos próximos anos. Esperar até 2020 para agir, pode significar custos elevados, segundo a organização da Organização das Nações Unidas.

A organização alerta que o mundo está longe de alcançar os níveis ideais de emissão para evitar maior impacto provocado pelo aquecimento global. "Em 2010, chegamos a 49 gigatones de emissões por ano. Para manter a trajetória (de elevação da temperatura abaixo dos 2 ºC) teríamos de reduzir pela metade as emissões mundiais, em 40 anos. É um esforço muito grande. É reduzir energia fóssil, quando na verdade está crescendo. Não se faz isso sem grandes inovações tecnológicas. Quanto mais cedo começarmos, mais se reduz as necessidades futuras", explica o economista ambiental, Ronaldo Seroa, que acompanhou a elaboração do estudo.

O relatório anual do Pnuma poderá ser usado como referência na próxima Conferência Internacional do Clima, a COP 18, que começa no dia 26 no Catar. O documento aponta, primeira vez, casos bem-sucedidos de redução de emissões que podem ser aplicados por países.

Seroa é dos oito pesquisadores brasileiros que acompanharam o trabalho, que contou com a participação de 55 especialistas. Segundo o estudo, medidas de eficiência em setores como o de edificações, transporte e de redução do desmatamento teriam um forte impacto nos resultados esperados pelos países comprometidos em manter a elevação da temperatura abaixo dos 2ºC.

Segundo o Pnuma, a lacuna entre o que se emite hoje, a projeção para 2020 e o nível ideal apontado pelos cientistas é 14 gigatones. Especialistas apontam que os investimentos nos setores prioritários poderiam significar uma redução para 8 gigatones de emissões por ano.

"O mundo está ciente que tem trabalho a fazer que é o acordo global de 2020 (Plataforma de Durban que envolverá compromissos de todos os países na redução de emissões)," lembra Seroa.

Ate lá, o Brasil pretende alcançar a meta de reduzir as emissões entre 36% a 39%. Quase 70% delas vêm do desmatamento. "O relatório mostra que estamos cumprindo as metas. Na parte de agricultura, o Brasil ainda tem o Programa ABC que é bastante ousado. Os indicadores mostram que o Brasil está avançando", acrescenta.

Fonte: DiárioNet DiárioNet
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