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Produção de carro elétrico no País depende do governo

15 ago 2012 - 11h14
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Sabrina Bevilacqua
Direto de São Paulo

Fabricantes de carros elétricos dizem que o caminho para a produção e venda desse tipo de veículo no País depende da ação do governo. "Enquanto não houver indicativo de políticas do governo não vamos trazer a tecnologia para o Brasil", afirma o diretor de relações institucionais e governamentais da Renault Nissan, Antônio Calcagnotto. Durante mesa redonda no 8º Salão Latino-Americano de Veículos Elétricos e Componentes, representantes de fabricantes de veículos elétricos pediram apoio do governo e redução de impostos para o setor.

Segundo Calcagnotto, a tecnologia funciona bem e os carros já estão sendo produzidos em massa. "Não são mais protótipos ou testes. Estamos prontos para trazer essa tecnologia se houver incentivo para isso." Ele explica que o governo brasileiro tem de criar políticas públicas para gerar uma rede de infraestrutura, envolver mais pessoas e atrair fábricas de veículos elétricos.

"Não é a população que vai começar a comprar o veículo elétrico. O uso dessa desse tipo de carro começa pelo Estado. Ocorre que os incentivos para municípios e Estados entrarem nesse mercado ainda são muito pequenos", afirma. "Não há como convencer taxistas e a população a pagar R$ 200 mil por um carro elétrico." Segundo Calcagnotto, o mesmo carro nos Estados Unidos custa em torno de US$ 21 mil(cerca de R$ 42 mil). "O elevado custo no Brasil é provocado pelos impostos", critica.

A tecnologia usada em veículos híbridos ou elétricos já está testada e parovada, segundo o diretor de Relações Públicas e Governamentais da Toyota, Ricardo Machado de Bastos. "Ainda é algo caro, porém mais eficiente e ambientalmente menos agressiva, por isso merece apoio dos governos." Ele diz que já são mais de 3 milhões de Prius espalhados por quase todos os países do mundo. "Em todos os casos houve apoio do governo."

Bastos revela ainda que a Toyota tem propostas que levam à produção nacional de veículos híbridos, mas que dependem de negociações com o governo. Ele diz que o próprio presidente da Toyota já afirmou que a partir do momento que houver demanda de 50 mil carros por ano instala uma fábrica no País. "Essa é a hora de criarmos o mercado porque sem ele ninguém investe."

Os Estados Unidos já estão construindo a primeira fábrica de veículos elétricos com uma expectativa de produzir 100 mil por ano. Portugal está investindo em uma fábrica de bateria, conta o dirigente da Renault Nissan. Ele diz que o Brasil deveria criar, o mais rápido possível, um mercado nacional e atrair esse setor de ponta da indústria automobilística. "Quanto mais demorarmos para ter um mercado interno, mais longe ficaremos dessa indústria de ponta. As montadoras vão se instalando ao redor do mundo e vai ficando cada vez mais difícil entrar", ressalta Calcagnotto.

Fonte: DiárioNet DiárioNet
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