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Setor de revestimento acústico inova em materiais e formatos

30 jul 2012 - 10h14
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Sabrina Bevilacqua
Direto de São Paulo

Empresas de revestimento acústico apostam na inovação para reduzir impactos ambientais e ampliar os negócios. Os investimentos em novas tecnologias já começam a dar frutos dentro e fora do País.

A empresa Nanotech, que produz revestimentos acústicos aplicados como tinta ou massa corrida, destina 22% do faturamento para pesquisas. Como resultado, o crescimento da receita projetado pela direção para os próximos 30 anos, foi alcançado em três. Para o diretor da Nanotech, José Faria, a chave do sucesso é a inovação direcionada à sustentabilidade.

Por utilizar padrões mais sustentáveis e substâncias menos tóxicas e ambientalmente mais corretas, o produto vem despertando interesse não só do mercado interno, mas também do internacional, onde as exigências ambientais são grandes. Segundo Faria, a empresa está em negociações com uma multinacional alemã (o nome não foi revelado) que tem a intenção de levar o produto para outros 13 países.

Inovação - Apesar dos resultados positivos que a companhia vem alcançando, Faria critica a falta ousadia no segmento. "Nós brasileiros temos de deixar de ser conservadores. Não usamos tecnologia nem inovamos. Daqui para frente, ser inovador e pensar em sustentabilidade é questão de sobrevivência para os negócios." Ele destaca ainda a deficiência de tecnologia no setor. "As empresas de revestimento acústico têm de inovar. Utilizamos os mesmos materiais de 20 anos atrás."

O revestimento acústico é aplicado como se fosse uma tinta ou uma massa corrida, em qualquer superfície. Trata-se de um procedimento totalmente diferente das lãs comuns que necessitam ser instaladas na estrutura do edifício, entre as paredes. Dependendo do caso, a versão "tinta" é mais fácil de aplicar e não tem necessidade de derrubar a parede, evitando também geração de resíduos. O revestimento em forma de tinta também foi pensado para não causar danos à saúde. Como é feito a base de água, tem baixo teor de compostos orgânicos voláteis (COV), não gera gases tóxicos (no caso de incêndio, por exemplo) e nem odores na hora de aplicar.

Segundo Faria, o produto é utilizado com sucesso em igrejas, auditórios e até mesmo canis. O "revestimento-tinta" é composto por microcélulas que absorvem o som, impedindo que ele entre ou saia do ambiente. Faria lembra que, para que o produto cumpra seu papel, o usuário não pode pintar o local com tinta comum depois da aplicação do revestimento. "Se não ela tampa essas microcélulas que retém o som." Para ter a parede colorida e a prova de ruídos é preciso pedir a pigmentação da cor escolhida na hora de fazer o pedido.

Concorrência - Outra empresa do setor que tenta trilhar o caminho da sustentabilidade é a Trisoft, que usa garrafas PET para produzir lã de revestimento acústico. O diretor da Trisoft, Mauricio Cohab, afirma que "o mundo esta mais consciente e esta tendência não é moda e sim modo de vida." A lã de PET pode ser totalmente reciclada, evitando seu descarte no meio ambiente. A diferença em relação a outros produtos se estende também à saúde humana. Não solta fibras e não causa irritação à pele, evitando problemas para quem tem alergias.

Segundo Cohab, o efeito e a durabilidade são os mesmos de uma lã acústica comum (de aço, rocha ou vidro). A principal mudança se refere à composição. Ao menos 40% da sua composição provém de garrafas PET recicladas. Para cada metro quadrado de lã de PET com 500 gramas, são necessárias cerca de 71 garrafas. "Os arquitetos e especificadores de vanguarda compram a ideia, pois é uma forma deles deixarem a digital deles na corrida pelo cuidado à natureza", afirma Cohab.

Fonte: DiárioNet DiárioNet
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