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Etanol de 2.ª geração chega ao mercado em 2022, diz bióloga

16 abr 2012 - 12h22
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O Brasil deve produzir etanol de segunda geração de forma demonstrativa em cinco anos e, em escala industrial, em dez. Por volta de 2022, o combustível estará disponível nos postos, misturado ao etanol de primeira geração (feito a partir do caldo de cana-de-açúcar), segundo a previsão da bióloga e professora do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ Elba Bon.


Segundo Elba, a tecnologia de extração do etanol de segunda geração "está vindo para ficar e vai dobrar a produção de etanol sem aumentar a área plantada". O etanol de segunda geração é produzido a partir da celulose, presente em resíduos da cana e em outras matérias-primas vegetais.

Além das vantagens ambientais, o etanol de segunda geração permite ganhos econômicos - baixo custo da biomassa, pouca necessidade de investimento em infraestrutura para transporte e não competição com produção de açúcar -, geopolíticos - melhores condições de competição no plano externo -, sociais - geração de emprego - e saúde pública.


Embora vantajoso, Elba alerta que o custo do etanol de segunda geração é maior do que o da produção atual. A sua produção também depende da descoberta de uma enzima que consiga quebrar as moléculas de açúcar para fazer a fermentação do álcool.


"A dificuldade técnica é conseguir retirar os açúcares desse material sólido para fazer a fermentação", complementa o também biólogo João Ricardo Moreira de Almeida, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo ele, para extrair o etanol de segunda geração é preciso utilizar enzimas de microrganismos, que quebram as estruturas e permitem a fermentação do álcool.


Esses microrganismos atuam na natureza para degradar material em decomposição. As pesquisas em andamento, em laboratórios públicos e privados apostam em microrganismos encontrados no solo da Floresta Amazônica (capaz de degradar folhas, frutos, galhos e pedaços de árvore que caem) e nos microrganismos encontrados no aparelho digestivo dos caprinos (bode e cabra), conhecidos por ingerirem vários tipos de alimentos.


Fonte: DiárioNet DiárioNet
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