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RIO+20 precisa definir ações concretas, diz ambientalista

29 fev 2012 - 14h13
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Sabrina Bevilacqua
Direto de São Paulo

A Conferência Rio+20 tem de ter menos textos e mais prática. A afirmação é do advogado e ambientalista Fábio Feldmann, durante evento sobre a Rio+20 promovido pelo Senac São Paulo. Ele explica que os textos feitos até agora para a conferência são muito genéricos, têm pouco caráter prático e operacional. "Já passamos da fase de pensar em precaução, precisamos de ações concretas." O ambientalista diz que é necessário reconhecer formalmente os limites do planeta, por isso a escolha de debater economia verde, tema da conferência. "O problema é que isso é muito amplo"

Para Feldmann, a pouco mais de três meses da Rio+20, a liderança do Brasil na conferência ainda está muito tímida. Segundo ele, o governo e a diplomacia brasileira estão com dificuldade de entender a oportunidade que a conferência representa para o Brasil e para eles mesmos. Ele afirma que "o Itamaraty é conservador não só em relação à maneira de organizar o evento, como também sobre os temas a serem discutidos. Parece que estamos com medo do fracasso."

O ambientalista defende que o País ouse mais e assuma a responsabilidade de ser líder. Atitudes como essa poderiam resultar em uma vitória para a diplomacia brasileira, podendo até mesmo render uma cadeira no conselho de segurança da ONU.

Internacionalmente, o Brasil é considerado o País que mais evoluiu em relação ao desenvolvimento sustentável. Mesmo assim, Feldmann ressalta que o País tem muitos problemas para resolver e ainda não pode ser considerado uma referência na questão. Segundo o ambientalista, o desenvolvimento nacional ainda está focado na economia e no mercado. "Temos uma visão de desenvolvimento da década de 70.¿

Na avaliação de Feldmann, estamos perdendo a chance de desenvolver o debate e a participação das pessoas nas questões sociais e ambientais do País. "É o momento de engajar os brasileiros nas discussões dos principais temas nacionais, como o Código Florestal, por exemplo. E isso não está sendo feito", afirma Feldmann.

Durante o evento, Feldmann também ressaltou a necessidade de renovação das estratégias utilizadas pelas organizações ambientalistas. "O movimento ambientalista está pagando o preço do sucesso e agora tem de se reinventar." Ele explica que os temas sociais e ambientais já estão colocados para a sociedade, por isso o papel dos ambientalistas agora é outro. Segundo ele, a função agora deve ser mobilizar a sociedade e estimular o pensamento a longo prazo.

Fonte: DiárioNet DiárioNet
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