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Cobrança de ingresso em cachoeira de Mauá causa polêmica

2 jan 2012 - 10h52
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Visitar a Cachoeira do Escorrega, em Visconde do Mauá, no Rio de Janeiro poderá custar R$ 11 ao turista. A cachoeira é famosa por ser um tobogã natural. A cobrança deve ser instituída pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e já provoca polêmica entre a instituição governamental, comerciantes e frequentadores do Parque Nacional do Itatiaia.

Cachoeira do Escorrega, em Visconde do Mauá, pode ter cobrança de ingresso
Cachoeira do Escorrega, em Visconde do Mauá, pode ter cobrança de ingresso
Foto: Divulgação

A polêmica começou em dezembro, quando o ICMBio comprou a cachoeira por cerca de R$ 1 milhão. A aquisição faz parte de um projeto de regularização do Parque Nacional do Itatiaia, área com 37 hectares, e visa torna-lo mais atrativo aos turistas.

O projeto do ICMBio prevê a construção de um centro de visitantes, com banheiros, postos de fiscalização para impedir a entrada de invasores e um sistema de apoio ao turista. Mas a ideia de cobrança de ingresso para quem quiser brincar na cachoeira não é bem vista por moradores e comerciantes locais.

"Sempre fomos à cachoeira e ninguém nunca cobrou nada", diz o gerente da Pousada Cabanas da Fazenda - que fica a 600 metros da Escorrega - e morador de Mauá, Avaílton Mendes. Ele afirma que mesmo quando era área privada, o antigo dono nunca impediu a entrada ou cobrou ingressos.

Nascido em Mauá, o engenheiro ambiental Halley Soares Hardiman também discorda da medida, depois de a área ter sido adquirida pelo governo. "É nosso patrimônio", diz. No entanto, o engenheiro acredita na viabilidade do valor do ingresso ser revertido na organização do estacionamento e no recolhimento de lixo nos dias mais frequentados, como feriados.

"No geral, não vejo muitos problemas que exijam investimentos altos porque não têm casas para cima do rio que possam causar poluição. E para quem mora lá, para quem está acostumado desde criança a ir aos finais de semana, um ingresso de R$ 11 é muito alto", avalia.

O presidente do Instituto Chico Mendes, Rômulo Melo, não descarta a negociação do valor do ingresso com os moradores e explica que a cobrança é feita em todas as unidades de conservação do país, como o Parque Nacional de Fernando de Noronha (PE) e o Parque Nacional da Floresta da Tijuca (RJ). Melo ainda destaca que o valor não está fechado e vai variar de acordo com o perfil do visitante.

"Parte dos nossos investimentos está associada a esse processo do turismo e, por isso, são cobrados ingressos", declara Melo. "Temos valores estabelecidos em função da realidade de cada parque e do tipo de turismo. Fazemos diferenciação entre turista brasileiro, pessoas que estão no entorno da unidade, estudantes, pessoas mais velhas e de baixa renda", esclarece.

Fonte: DiárioNet DiárioNet
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