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Bovespa explica economia para crianças de 7 a 10 anos

18 out 2012 - 07h08
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O porco baixinho de óculos e chapéu de mestre ensina ao homem alto, chamado de Magro, o que ele precisa fazer com os pererês. Estes são personagens de um programa de educação financeira da BM&FBovespa lançado para crianças de sete a 10 anos. O porco é o professor, formado em economia pela universidade norte-americana de Harvard. O Magro está atrapalhado com os seus pererês, nome dado ao dinheiro, e segue os conselhos do porquinho para melhorar sua organização financeira.

Os episódios de "Turma da Bolsa" estão disponíveis também no YouTube
Os episódios de "Turma da Bolsa" estão disponíveis também no YouTube
Foto: Reprodução


O programa

Turma da Bolsa

é composto por vídeos educativos, divididos em duas temporadas, e está disponível na internet. Esta é a primeira vez que a Bovespa faz um projeto de educação financeira para o público infantil. "Essa iniciativa é muito criativa e acho muito interessante que esteja se fazendo algo para aproximar o cidadão brasileiro da Bolsa", observa o professor da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Alfredo Meneghetti Neto.



A dificuldade dos brasileiros em lidar com o próprio dinheiro torna importante iniciativas que ajudem a acabar com o que Meneghetti chama de "analfabetismo financeiro". "O grande problema do brasileiro é ler alguma coisa e não saber o que ela está querendo dizer. Levando isso para o lado financeiro, é a justificativa que faz com que as pessoas não consigam entender o valor que o dinheiro tem", afirma. Para o professor da PUCRS, após o primeiro contato com o mundo das finanças, as crianças podem levar o aprendizado aos pais. Segundo Meneghetti, os pontos fundamentais tratados no programa são composição de preço e direitos do consumidor. "Para a criança entender o que está por trás do preço e que por trás da compra que ela está fazendo tem outros elementos", afirma o docente.



Ainda de acordo com o professor do Instituto de Economia da Unicamp, Rodrigo Lanna, o principal objetivo é criar uma responsabilidade nas crianças com relação ao consumismo e à necessidade de ter uma poupança. Lanna tem dois filhos, de cinco e oito anos, e consegue observar de perto a importância de uma educação financeira desde cedo. "Vai se criando a noção de gastar aquilo que se tem e não extrapolar", reforça. Ele avalia que, a partir do momento em que a criança já tem mais maturidade, ela já precisa saber como usar sua mesada. "Com isso, a gente educa para que não se tenha problemas futuros, para que ela já tenha uma base para não ficar endividada", diz Lanna. Para ele, isso pode ajudar a resolver o problema das dívidas familiares. "Isso é um problema que é notório hoje na economia brasileira", completa.



Os dois professores enfatizam que a figura do porco no programa é fundamental para se faça a associação com dinheiro, consumo e economia. "Toda criança tem o seu porquinho. O meu menor, que tem cinco anos, conhece o porquinho que tem em casa e já associa à ideia de colocar um dinheiro para comprar um brinquedo que ele deseja", relata Lanna. "Os pais devem comprar um porquinho, dar para a criança e fazer com que se crie condições de separar um dinheiro todos os dias para o futuro", aconselha Meneghetti.



Apesar de aprovar a iniciativa, o professor Lanna parece incerto quanto à faixa etária para qual é destinada o programa. "Não sei até que ponto uma criança de sete ou oito anos vai poder entender o que é um planejamento financeiro", ressalta. Ele acredita que acima dos 10 anos a criança já pode ter mais entendimento sobre o assunto.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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