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Veja o que ocorreria se a China parasse importação do Brasil

8 ago 2012 - 07h46
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Hoje, uma parcela da produção brasileira tem destino certo para o mercado asiático. O principal comprador é a China, responsável por absorver 17% das exportações brasileiras, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Na década entre 2001 e 2011, o comércio entre Brasil e China aumentou significativamente - de US$ 2,3 bilhões para US$ 77 bilhões. Se um dia o mercado do maior consumidor dos produtos nacionais parasse de importar do Brasil, o impacto seria catastrófico, afirma o professor e coordenador do curso de Negócios Internacionais e Comércio Exterior da FGV, Evaldo Alves. "Ao deixar de exportar para a China, a importação ficaria dificultosa também. É uma via de duas mãos", afirma.

Na última década, o comércio entre Brasil e China aumentou de US$ 2,3 bilhões para US$ 77 bilhões
Na última década, o comércio entre Brasil e China aumentou de US$ 2,3 bilhões para US$ 77 bilhões
Foto: Shutterstock

Após a crise de 2008, devastadora para o país governado por Barack Obama, os chineses tomaram para si o comando dos importados brasileiros entre os anos de 2009 e 2011. As exportações brasileiras para a China chegaram ao ápice de U$ 44 bilhões em 2011, enquanto as importações atingiram US$ 32 bilhões durante o mesmo período. Com o saldo favorável de US$ 11 bilhões do último ano, os asiáticos tornaram-se essenciais para o Brasil, principalmente por suas relações de comércio. Por tudo isso, a relação bilateral entre os dois países é estável e crescente.

A economia é composta de frágeis ligações entre mercados, países e interesses internos e externos, e um possível corte quanto às exportações para a China instauraria o caos não só no Brasil como em outros países dependentes e também negociadores de modo indireto. Maior compradora de matéria-prima do Brasil, a não exportação para a China causaria uma baixa de cerca de 30% nos preços das commodities e déficit na balança comercial. Alves ressalta: "O fluxo cambial não se altera assim tão facilmente, contudo, o Brasil seria afetado negativamente. O peso seria devastador". Os setores produtivos exportadores brasileiros precisariam encontrar novas estratégias de comércio, pois com Estados Unidos e União Europeia fragilizados, encontrar outro mercado que supra a demanda nacional seria muito difícil. A concorrência comercial entre os países, já bastante acirrada, se tornaria ainda mais caótica.

O mercado nacional, ao contrário do que se possa imaginar, não ficaria mais aquecido. Pelo contrário: uma grande crise no sistema produtivo brasileiro seria instaurada, uma vez que deixando de exportar para os chineses, seria praticamente impossível importar dos mesmos. Com a falta de peças para produzir receptores de rádio, aparelho de telefonia, terminais portáteis de telefonia, telas para microcomputador e outros objetos, a indústria de eletrônicos nacional ficaria muito prejudicada. A alta dos preços, por sua vez, seria inevitável.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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