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Cúpula do G20 começa com consenso sobre redução do déficit

26 jun 2010 - 21h33
(atualizado às 23h24)
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A Cúpula do G20 - países industrializados e principais emergentes - começou na noite deste sábado em Toronto, Canadá, com consenso em torno da necessidade de reduzir os déficit e a dívida dos países nos próximos três anos para escorar a recuperação econômica, mas divergências no montante do corte.

O tema de quando e como retirar as medidas de estímulo econômico iniciadas para superar a crise se transformou no principal motivo de atrito no seio do G20, e foca agora na guarda da economia global.

Em um lado do debate estão países como os Estados Unidos, que insistem - como deixou claro o secretário do Tesouro do país, Timothy Geithner - em que o G20 deve se concentrar sobretudo no crescimento, uma postura compartilhada pelas potências emergentes como o Brasil.

No outro lado do espectro está a União Europeia (UE), com a Alemanha à frente, que mantém que o corte do gasto público é o objetivo prioritário. Assim deixou claro a chanceler alemã, Angela Merkel, que disse no final da reunião do G8, encerrada horas antes do começo do G20, que a economia global só alcançará um crescimento "durável e sustentável" se os países consolidarem suas finanças "e implementarem reformas estruturais ao mesmo tempo".

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que representa o governo brasileiro na cúpula depois da ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acompanhar o problema das inundações no Nordeste, alertou que a consolidação fiscal é importante. Disse, de todo modo, que a incipiente e desigual recuperação econômica global pode ser "ameaçada pela pressa na retirada dos estímulos".

Apesar desse embate no tema que desponta como chave para que as economias voltem a pisar em solo firme, foram observadas em Toronto mostras de aproximação entre posturas que se confrontam. A própria Merkel afirmou, nesse sentido, que há "consenso" na necessidade de reduzir a despesa, e o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, que propôs cortar o déficit pela metade para o ano de 2013, qualificou esse consenso de "forte".

O presidente da Comissão Europeia (órgão executivo da UE), José Manuel Durão Barroso, foi além ao se referir em entrevista coletiva à existência de um acordo preliminar para reduzir o déficit pela metade em 2013 como sugere Harper. Mantega afirmou, no entanto, que um acordo nesse sentido está distante de fechado e qualificou de "não realista" uma proposta desse tipo. "É muito draconiana, um pouco difícil, um pouco exagerada", disse, lembrando que "há países que têm o déficit acima de 10%" e não será possível alcançarem o objetivo proposto.

Imposto global

Outro assunto que desponta como polêmico é o da proposta para impor um imposto global aos bancos ou às transações financeiras. EUA, Reino Unido, Alemanha e França lideram essa cruzada, mas países emergentes como o Brasil deixaram claro que não estão de acordo. "Nós não vamos estar de acordo com isso", afirmou Mantega, que defende que essa seja uma medida aplicada em nível individual pelos países que o desejarem.

Está previsto que o G20 dê neste domingo um novo impulso à proposta para reforçar o capital dos bancos e melhorar a transparência do setor, medidas que, segundo Mantega, deveriam ser aprovadas na próxima reunião do grupo, em novembro, na Coreia do Sul.

Espera-se que o comunicado final, a ser emitido neste domingo, faça alusão também à necessidade de buscar alternativas para a Rodada de Doha e para dar fim às subvenções aos combustíveis fósseis.

A cúpula

O G20, composto pelos governantes da principais economias do mundo se reúnem neste final de semana na cidade de Toronto, no Canadá. Na pauta do encontro estão a recuperação da economia global ante a crise que começou em 2008 e as medidas que devem ser tomadas para acelerar a retomada do crescimento e evitar novas turbulências no futuro.

EFE   
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