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Bill Clinton pede que Brasil lidere o mundo no século 21

26 mar 2011 - 19h08
(atualizado às 23h51)
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Peter Fussy
Direto de Manaus

Após elogios sobre soluções brasileiras para energias renováveis, redução do desmatamento, diminuição da emissão de carbono, remédios genéricos, entre outras, o ex-presidente americano Bill Clinton afirmou neste sábado, em Manaus, que espera a liderança do Brasil na mudança global em direção a um mundo sustentável. "Se eu fosse um político brasileiro hoje, saindo do pesadelo da inflação, e com tudo isso realizado, me perguntaria o que eles querem que façamos mais. Quero que o Brasil lidere o mundo no século 21", afirmou durante o 2º Fórum Mundial de Sustentabilidade.

Clinton chega ao Fórum em Manaus
Clinton chega ao Fórum em Manaus
Foto: Gustavo Scatena / Especial para Terra

Por meio da William J. Clinton Foundation, o 42º presidente dos Estados Unidos realiza trabalhos sociais na África, América Latina e Ásia, e visita constantemente países que enfrentam grandes desafios. Com esta bagagem, ele não hesitou em declarar que o Brasil tem reservado um grande papel no cenário global. Segundo ele, a experiência do País pode dar respostas para combater a desigualdade, a instabilidade e a insustentabilidade - os três maiores desafios atuais da humanidade, segundo ele.

No entanto, o Brasil não deve estar sozinho. "Não se pode construir um futuro sustentável sozinho. É preciso convencer seus parceiros, China e EUA, a trabalhar junto nisso", disse. De acordo com Clinton, a China ainda não tem certeza se pode cortar as emissões de carbono e continuar com as mesmas taxas de crescimento a mesma "barreira mental" que impediu um acordo em Copenhagem. O ex-presidente afirmou que apenas quatro países conseguirão cumprir as metas de redução de carbono estabelecidas para 2012: Alemanha, Reino Unido, Suécia e Brasil.

"Todos esses países tiveram menos desigualdade, maior taxa de emprego e maior crescimento do que os EUA nos últimos ano, porque mudaram a forma de produzir e consumir. Vocês podem provar ao mundo que isto é sustentável e altamente lucrativo", disse a uma plateia formada em sua maioria por empresários brasileiros, que faziam intervenções com aplausos ao discurso do ex-presidente.

Energia

Clinton apontou o etanol de cana de açúcar como umas das soluções para um dos temas mais discutidos no fórum e disse ainda que espera um acordo entre Brasil e Estados Unidos para exportação do combustível renovável. Além disso, comentou também a polêmica construção da usina de Belo Monte, na bacia do rio Xingu, sem definir uma posição clara, no entanto.

"A grande controvérsia sobre a energia verde agora com relação as pessoas que vivem na região. Sei que é um problema. Nestas palestras, sempre tento entrar nos detalhes, ir além do que fazemos em politica. Durante 95% do tempo debatemos o que vai se fazer e quanto vai gastar. Não havia consideração sobre a terceira perguntar: como vai fazer? As pessoas podem viver com coisas que são contra, se elas forem consultadas antes. O Brasil precisa de mais energia, precisa ser limpa, precisa manter a cultura indígena, a floresta. Sei que é difícil, mas todo projeto grande exige pensar como o Brasil vai ser para seus filhos e netos", afirmou.

Ideias

Durante o discurso e também ao responder uma pergunta da plateia, Clinton defendeu a eliminação dos aterros sanitários. "Eu fecharia todos os aterros sanitários, pegaria as pessoas desempregadas e colocaria para trabalhar reciclando e compactando o lixo, para depois queimar e criar energia a partir dele", disse. O ex-presidente citou diversos exemplos vistos ao redor do mundo, que incluem painéis solares, energia eólica, e eficiência em construções, principalmente nos grandes centros urbanos.

"Trabalhamos no Rio para trocar os semáforos por luzes de LED, que são mais caras, porém têm maior tempo de vida e emitem menos gases, além de reduzir a conta de energia das cidades", afirmou. Clinton também citou uma reforma no Empire State Building e afirmou que as iniciativas sustentáveis também são responsáveis por criar empregos. "A cada US$ 1 bilhão gastos em plantas de energia solar conseguimos 900 empregos nos EUA. Fazer os prédios mais eficientes consegue 7 mil empregos."

Fonte: Terra
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