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Lovejoy defende que a conservação ambiental pode virar lucro

25 mar 2010 - 10h59
(atualizado em 26/3/2010 às 17h43)
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Arnoldo Santos
Direto de Manaus

Thomas Lovejoy é daquelas pessoas que usa o conhecimento adquirido em décadas de academia para falar a pessoas certas, nos momentos certos e nos ambientes propícios às mudanças que ele acredita serem necessárias para a melhoria do planeta. Detentor de um vasto currículo funcional, que inclui cargo de conselheiro do presidente da ONU na área de biodiversidade, cientista chefe do reconhecido Instituto Smithsoniam (EUA), foi o primeiro a falar o termo "diversidade biológica", em 1980, e o pioneiro na difusão da idéia de compensação financeira em troca da conservação da natureza.

Diretor do Heinz Center, Lovejoy é pioneiro na idéia de compensação financeira em troca da conservação da naturezaDiretor Diretor
Diretor do Heinz Center, Lovejoy é pioneiro na idéia de compensação financeira em troca da conservação da naturezaDiretor Diretor
Foto: Divulgação

Lovejoy sua experiência na liderança de obras e instituições ambientais para falar diretamente a uma classe que considera essencial para inverter o que ele mesmo chama de "descaso com o que o homem trata o seu habitat". Tenta convencer o empresariado mundial da possibilidade de haver lucro com a conservação do meio ambiente. Pra isso mostra vários caminhos baseados na ciência que pratica junto com centenas de outros cientistas.

A mensagem otimista para os empresários, prioritariamente os mais poderosos do planeta, vai ter mais uma rodada de defesa na abertura do Fórum Internacional de Sustentabilidade, em Manaus (AM), na sexta-feira e nosábado próximos. Lovejoy abre o evento com a palestra "A importância da Amazônia no contexto das mudanças climáticas globais", A programação inclui ainda apresentações do cineasta norte-americano James Camerom e do ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore.

É falando a linguagem de mercado que Lovejoy sempre se dirige aos empresários. Ele tenta mostrar que conservar dá lucro e isso é possível a começar pela teoria da compensação ambiental, consolidada no conceito de REDD (redução de emissões do desflorestamento e degradação). Na prática, é a compensação monetária dos países poluidores àqueles que conseguissem determinado índice de redução de emissão não somente de gases poluentes (carbono), mas de todo tipo de resíduo na natureza, ou mesmo àqueles que conseguissem um determinado índice de conservação de seus recursos naturais.

Do Brasil, Lovejoy cita exemplos como do Estado do Amazonas, que tem um programa de compensação para as populações tradicionais que mantém a floresta em pé.

O fórum será uma boa oportunidade de Tom Lovejoy defender suas teses. A platéia estará repleta de potencial "atores" para estas mudanças de comportamento de mercado. O evento é uma iniciativa do LIDE (Líderes Empresariais), uma associação de empresários que defendem a ética nas relações corporativas entre si e com os governos, além de pregar o fortalecimento da livre iniciativa no Brasil.

O objetivo prático da organização é reunir 300 dos empresários e governantes mais influentes do país em um debate sobre as conseqüências das mudanças climáticas mundiais da Amazônia.

Fonte: Especial para Terra
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