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Empresas buscam diferencial para setor de intercâmbio

13 ago 2012 - 07h44
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O aumento de renda da população, a estabilidade econômica e a ideia de que um segundo idioma é fundamental ajudam a explicar o crescimento do setor de intercâmbios no País. De acordo com dados da Associação Brasileira de Operadores de Viagens Educacionais e Culturais (Belta), a estimativa é de que cerca de 215 mil alunos brasileiros tenham viajado para o exterior em 2011 - em 2010, foram 170 mil estudantes. E, juntamente com o crescimento do mercado, vem também o aumento da concorrência entre as agências de intercâmbio.

De acordo com dados da associação do setor, a estimativa é que cerca de 215 mil alunos brasileiros tenham viajado para o exterior em 2011 para estudar - em 2010, foram 170 mil estudantes
De acordo com dados da associação do setor, a estimativa é que cerca de 215 mil alunos brasileiros tenham viajado para o exterior em 2011 para estudar - em 2010, foram 170 mil estudantes
Foto: Divulgação


Flavio Crusoe, sócio-fundador da Bex Intercâmbio, que está no mercado desde 1992, acredita há cerca de uma década as pessoas perceberam as vantagens profissionais e educacionais agregadas a uma viagem de estudos para o exterior. "Mas, nos últimos três anos, por conta da situação econômica nacional, as pessoas conseguiram se programar melhor. A estabilidade do dólar contou muito", opina.



A Bex possui dez lojas espalhadas pelo País, com matriz em Salvador. De acordo com Flavio, o Canadá é o destino mais vendido e o curso de inglês de férias, a modalidade preferida dos clientes. Além disso, há pacotes específicos para a terceira idade e para famílias. Em 2011, a agência fechou 950 matrículas. Para este ano, espera um aumento de 15%.



O diferencial da empresa, acredita o empresário, é o serviço de aconselhamento prestado. "Os clientes precisam da consultoria de um agente de viagens. Eles podem, sim, fechar tudo sozinhos, mas preferem contar com a ajuda de um profissional. Mais do que resolver as questões burocráticas do negócio, ele vai auxiliá-los a escolher o pacote que se enquadre ao seu perfil", afirma.



Outra maneira de se diferenciar no concorrido mercado de agências de intercâmbio é se especializar em um destino. Depois de imigrar para o Canadá em 2003, Rosa Maria Troes e Eduardo Santos fundaram, em 2007, a agência Canadá Intercâmbio, que opera apenas com esse destino. O objetivo era garantir para os alunos um assessoramento local. "Ao mesmo tempo, tínhamos de lidar com a dificuldade de não estarmos no Brasil. No começo, os clientes ficavam receosos de fechar contrato com uma empresa em outro país", conta Eduardo.



Hoje, a agência tem escritórios em Toronto e em Vancouver, além de representante em Montreal. No Brasil desde 2010, a empresa possui representantes em 16 cidades e lojas próprias em mais seis cidades. Em 2011, faturou US$ 1,3 milhão (cerca de R$ 2,6 milhões) - em 2010 foram US$ 460 mil (cerca de R$ 920 mil). Para este ano, a estimativa é chegar a US$ 3,5 milhões (aproximadamente R$ 7 milhões). "O salto aconteceu porque os clientes passaram a confiar mais na Canadá e investimos pesado em marketing", diz Eduardo.



Desafios do setor

Na opinião de Alexandre Figueira, gerente de marketing da Agbr, um dos desafios é convencer os futuros estudantes de que não é caro estudar fora do País. Uma das táticas da operadora é mostrar o custo-benefício envolvido em uma viagem como essa. "MBAs são mais baratos no exterior. Quando a pessoa coloca na ponta do lápis, vê que em menos tempo e com menos dinheiro ela aprende inglês lá fora mais rápido quando comparado com os cursos no Brasil", esclarece.

A Agbr tem duas unidades, uma São Paulo e outra no Rio de Janeiro, e possui agentes de viagem que também já foram intercambistas. "O cliente vem aqui e se identifica com o profissional que vende o pacote para ele", diz Alexandre. Em 2011, a Agbr enviou 563 alunos para o exterior. No primeiro semestre deste ano, 370 estudantes fecharam com a empresa. A meta é terminar 2012 com 650 alunos.

Flavio, da Bex, conta que uma agência de intercâmbio está sujeita a variações externas. Ele cita o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 - que fez com que a procura pelos Estados Unidos diminuísse -, a valorização do euro, o "fechamento" de algumas nações para estrangeiros e as dificuldades da obtenção de visto. "O intercambista fica receoso com qualquer notícia do país para onde pretende ir. Isso é algo que foge do nosso controle", aponta.

Fonte: Cross Content
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