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Moda das novelas invade as lojas; veja como lucrar com ela

5 jun 2012 - 07h47
(atualizado às 07h56)
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A calça colada e o top da Suelen, o macacão jeans da Olenka e as roupas de tecidos finos usados por Verônica e Noêmia não estão apenas em Avenida Brasil, novela exibida em horário nobre pela Rede Globo. Mais do que modelos para compor as personagens, as peças exibidas na televisão ganham rapidamente as ruas. Para os varejistas, ficar atento às tendências lançadas na telinha e vender produtos de acordo com o que as atrizes estão usando garante giro rápido de peças e acessórios.

A telenovela brasileira, além de fenômeno cultural, é um espelho da sociedade. Prova disso é a "trama classe C" de Avenida Brasil, principal teledramaturgia da emissora
A telenovela brasileira, além de fenômeno cultural, é um espelho da sociedade. Prova disso é a "trama classe C" de Avenida Brasil, principal teledramaturgia da emissora
Foto: TV Globo / Divulgação


"A novela tem o poder de captar o comportamento da rua e retransmitir isso para os telespectadores com muita força. Não é que ela crie tendência, mas dá enorme visibilidade a produtos - roupas, acessórios, esmaltes - e funciona como um espelho da sociedade", explica Leo Ribeiro, especialista em reposicionamento de marcas de moda do Grupo Playbox.



Um exemplo é a atual novela do horário nobre da Globo. A trama principal de Avenida Brasil se passa no bairro fictício do Divino, no subúrbio carioca. "Antes, o que aparecia era Leblon ou Copacabana. Agora, não. A classe C invadiu até a dramaturgia da emissora mais poderosa do País", afirma Leo. Mesmo com a domínio de audiência da Globo, Leo cita também a novela infanto-juvenil Carrossel, do SBT, e a novela teen Rebeldes, da Record, como exemplos fortes de impacto na moda.



Saiba como lucrar com a moda da televisão

Para o varejista, a dica principal é ficar atento ao que acontece em toda a sociedade. Certamente, o que está na novela será o mais procurado, principalmente para as mulheres. E isso não vale apenas para o público de classes menos abastadas. "Aquele vestido chique da personagem vai ser adaptado pelas confecções para a mulher da classe A, da classe B e da classe C. Com variações de tecidos, é possível encarecer ou baratear as peças", diz Leo.

Na hora de negociar com fornecedores, é preciso chegar com esse olhar treinado para identificar peças com forte apelo. A questão do estoque, segundo Leo, não chega a ser um problema, já que duração da novela, em média entre seis e nove meses, é o mesmo tempo que uma tendência costuma durar na moda. Por isso, os lojistas estão acostumados com essa lógica.

Já para as empresas de confecção, o foco são as tendências internacionais, principalmente dos Estados Unidos e da Europa. "O que pegou com muita força lá fora com certeza é o que vai fazer a cabeça da consumidora aqui. A Globo, por exemplo, tem caçadores de tendência no mundo todo", esclarece Leo. Isso porque o Brasil, por estar localizado no hemisfério sul, está uma estação "atrás" dos países do norte. É possível se informar sobre os rumos da moda internacional em revistas, sites e blogs especializados.

Tendências atuais que estão na novela

As roupas, maquiagens e acessórios da personagem Mirim, da novela Amor Eterno Amor, exibida na faixa das 18h, frequentemente aparecem na lista dos mais pedidos pelas pessoas que ligam para a Central de Atendimento aos Telespectadores (CAT) da Globo para se informar sobre os produtos que aparecem na tela. O estilo da personagem foi inspirado na americana Alexa Chung, ex-modelo e ícone do mundo fashion.

Já a novela do horário nobre da Globo coloca em pauta o jeanswear. "Quase 50% do varejo de moda do País é de jeans. O Brasil é um dos lugares do mundo onde mais se usa esse tecido. Não é de estranhar que ele esteja com força na novela."

Segundo levantamento da CAT da última semana de maio, os modelos usados pelas personagens Verônica, Noêmia e Alexia figuraram na lista dos mais procurados. As três moram em áreas nobres do Rio de Janeiro e usam peças elegantes.

Leo também fala sobre a "onda do periguetismo", na qual as mulheres abusam do estilo "periguete", ou seja, com muitos decotes, calças coladas e roupas curtas. "Isso já vem há um tempo, inclusive fora do Brasil, com as mulheres não tendo medo de valorizar o corpo. O que a Globo fez foi canalizar isso por meio da personagem Suelen", diz.

Fonte: Cross Content
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