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Mercado de galerias de arte se diversifica e atrai público

17 mai 2012 - 09h25
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As galerias de arte que trabalham com artistas em atividade tiveram um crescimento médio de 44% nos últimos dois anos. E não somente grandes galerias que trabalham com mostras badaladas e feiras internacionais têm prosperado no Brasil, como também as de negócios voltados para a classe média. É o que mostra um estudo conjunto da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abact) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Com uma mudança do público e o surgimento de novas formas de negócio, galerias de arte têm se adaptado para se tornarem mais acessíveis
Com uma mudança do público e o surgimento de novas formas de negócio, galerias de arte têm se adaptado para se tornarem mais acessíveis
Foto: Shutterstock / Especial para Terra


O portal Urban Arts se dedica, desde 2009, ao comércio on-line de arte. O foco são obras com apelo para um público mais amplo, não necessariamente frequentador de galerias e exposições mas com interesse nas artes em geral. Além de quadros e fotografias, o site também vende adesivos, jogos americanos ilustrados e pôsteres com referências de arte pop e

street art

.



A lista com os tipos de pôsteres comercializados se divide em temas que vão de filmes a animais, música, esportes, seriados de TV e... caveiras. "É uma arte decorativa", explica o fundador do Urban Arts, André Diniz. "O cliente monta uma parede através de uma composição com pôsteres e quadros, em canvas, ou com moldura e vidro. A ideia é ele levar uma composição para casa" diz.



No ano passado, a loja abriu uma unidade física na badalada Rua Oscar Freire, em São Paulo, que também busca se diferenciar das galerias tradicionais. "Vendemos cerveja, deixamos os quadros espalhados e deixamos a música rolar alta na loja. É uma proposta mais moderna, atual", diz André.



Mercado em alta

As obras à venda se dividem entre originais, que têm preço mais elevado, e outras produzidas em séries limitadas. Pôsteres simples e pequenos têm um preço inicial de R$ 50, mas obras maiores e mais elaboradas, com impressão em canvas, podem chegar a R$ 900.



Por enquanto, os artistas interessados em oferecer seu trabalho passam pelo crivo de uma curadoria antes de disponibilizarem suas obras no site - mas isso deve mudar a curtíssimo prazo. Na próximas semanas, o site será reformulado e o cadastro das obras poderá ser feito pessoalmente pelos artistas. Com isso, a curadoria ficará encarregada apenas de hierarquizar o destaque dado às obras apresentadas.



Em um ano de funcionamento da loja física, a Urban Arts vendeu 2.592 pôsteres, 750 quadros e 156 obras originais. André conta que tem planos de ampliar a operação por meio de franquias. Adotando esse modelo, a impressão e a seleção das obras permanecerão centralizadas mas serão abertos novos pontos de venda pelo País.



Para André, o bom momento econômico da economia brasileira torna possível investir mais em produtos não essenciais, ou supérfluos - categoria em que se encaixam as obras de arte.



Novos públicos

Ide Freitas, proprietária de uma galeria de artes que leva seu nome no Maxi Shopping Jundiaí, na Região Metropolitana de São Paulo, avalia o mercado de forma diferente. Para ela, há de fato uma democratização do interesse do público. Hoje, explica, os clientes de classe média frequentam a sua loja - algo que antes não costumava acontecer. "Clientes com ganhos de R$ 3 mil a R$ 4 mil estão começando a comprar obras que custam até R$ 1 mil. Há poucas semanas, um mestre de obras comprou uma gravura emoldurada com um vidro anti-reflexo", relata. Sua galeria trabalha com obras originais, diferencial que ela julga estar ganhando espaço entre as aspirações da nova classe média.



Fonte: Cross Content
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