PUBLICIDADE

Corte e costura gera 8 milhões de empregos e fatura R$ 60 bi

8 fev 2012 - 07h28
Compartilhar

Que a moda brasileira tem ganhado cada vez mais destaque, não resta dúvida. O que pouca gente sabe é que por trás do sucesso de grandes marcas, redes e lojas estão três nichos de mercado: o de bordados, o de costura e o de pequenos consertos. Quem diz isso é Sergio Weiss, sócio-proprietário da confecção de moda infantil Maria Mole & Peepoca, e também fundador do website Costura Externa - dirigido a costureiras, ao varejo e a empresas do segmento. "O segmento de pequenos consertos é extremamente pulverizado e dominado por microempresas. Antigamente, era raridade uma casa sem máquina de costura. Hoje, não. Por isso não é difícil encontrar esses pequenos comércios em ruas e galerias de todas as cidades brasileiras", explica.

O nicho de pequenos consertos é pulverizado e dominado por empresas de pequeno porte. As lojas estão em ruas e galerias
O nicho de pequenos consertos é pulverizado e dominado por empresas de pequeno porte. As lojas estão em ruas e galerias
Foto: Shutterstock / Especial para Terra


Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) referentes a 2011 mostram que o setor tem 30 mil empresas em atividade. Juntas, elas geraram 8 milhões de empregos diretos e indiretos e faturaram R$ 60 bilhões no ano passado. Esse montante correspondeu a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no período. Porém, um fator tem preocupado o setor: o aumento das importações. Entre janeiro e novembro de 2011, o volume de importações de vestuário foi 40,6% maior se comparado com igual período do ano anterior. E a China é o país campeão de origem nesse item.



Segundo a Abit, para 2012 as metas são fortalecer o mercado interno de confecções, atuar junto ao governo federal para que sejam adotadas medidas de defesa comercial, diminuir a tributação interna e aumentar as vendas aos governos em geral de uniformes escolares e militares.



Para Weiss, o segmento de confecções ainda é marcado pela informalidade, o que é justificado principalmente devido ao alto custo trabalhista que produzir na legalidade acarreta. "É comum que uma confecção repasse o serviço contratando uma

facção

- como são chamadas as microconfecções terceirizadas -, que faz o mesmo serviço por um preço menor", conta. Segundo ele, por isso é difícil reunir dados sobre o segmento, especialmente em relação às pequenas empresas, onde a informalidade é ainda maior.



Nesse caso, o empreendedor que pretende investir no nicho deve ter o cuidado de conhecer as práticas das

facções

antes de contratar uma. É em micros com esse perfil que se veem denúncias de utilização de trabalho escravo, com largo uso de mão de obra ilegal de países vizinhos - em especial a boliviana.



Dentre os três nichos - costura, pequenos consertos e bordados -, este último é o que apresenta uma estrutura menos propícia à informalidade. O motivo é o preço que o maquinário para bordar representa. "Uma empresa informal não consegue arcar com os custos", diz Weiss.



O empreendedor que deseja apostar nesse segmento do mercado tem de ficar atento a três aspectos fundamentais: é preciso regularizar sua empresa, para que não tenha problemas legais; manter rígido controle de qualidade; e de produtividade. "É fácil perder clientes nesse segmento. A rotatividade é muito grande para quem não se adapta", diz o fundador do Costura Externa.



Gigante entre as micros

A rede de franquias Companhia do Bordado é detentora de 90% do mercado de personalização por meio de bordados. "Os outros 10% estão pulverizados entre empresas que atuam no mesmo segmento, mas não oferecem o mesmo padrão de serviços", explica Vanessa Avellar, gerente de marketing da rede.

A marca possui 23 unidades em São Paulo e em cidades do Nordeste, como Salvador, e atende igualmente às classes A, B e C. Segundo Vanessa, o desafio é fazer com que o público jovem, de 18 a 25 anos, compre o produto bordado. Ela explica que ainda há o estigma de que uma peça bordada seria para gente mais velha - que, por sinal, representa a maior parte do público da rede.

O desejo de personalização cada vez mais latente na população é visto como um indício de que dias ainda melhores estão por vir. "Não basta ter um roupão de qualidade, é preciso mostrar que ele pertence a você, tem a sua cara", enfatiza a gerente. Por isso, ela acredita que o segmento tem tudo para expandir nos próximos anos.

Cross Content

Especial para o Terra

Fonte: Terra
Compartilhar
TAGS
Publicidade