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Carros: concessionária cobra até quase 20% a mais que tabela

7 set 2012 - 10h20
(atualizado às 11h39)
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Karina Craveiro
Direto de São Paulo

Valores indicados pelas fabricantes raramente são seguidos à risca
Valores indicados pelas fabricantes raramente são seguidos à risca
Foto: Getty Images

Os sites oficiais das montadoras do País colocam à disposição do consumidor os chamados configuradores de veículos, sistemas interativos que ajudam o cliente a escolher os modelos, versões e a consultar os preços sugeridos pela marca. Só que os valores indicados pelas fabricantes raramente são seguidos à risca por seus representantes concessionários. O pior: sofrem sobrepreço. De acordo com o Procon-SP a reclamação de consumidores contra lojas é crescente, sobretudo em relação a modelos recém-lançados. De modo geral, eles alegam que as lojas cobram muito acima do valor de tabela. "O problema é que os preços são livres, cada concessionária cobra o valor que achar que deve cobrar. Se o consumidor tiver dúvidas e se achar que realmente existe abuso, avaliamos a questão", explica Fátima Lemos, assessora técnica Procon-SP.

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Por conta da disparidade de preços entre os mesmos veículos em concessionárias da mesma região, especialistas orientam que a única saída é a pesquisa de preço. Além de não pagar a mais, a pesquisa de mercado serve para que descontos sejam negociados. "O consumidor nunca deve comprar no primeiro lugar, mesmo que tenha a pressão de vendedores. Se quer economizar ou não comprar um modelo com sobrepreço, tem que pesquisar", explica Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).

O Terra pesquisou os preços de alguns modelos recém-lançados no mercado em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Belo Horizonte e descobriu diferenças de cerca de R$ 9 mil da tabela oficial para a concessionária. O Chevrolet Sonic hatch, por exemplo, é oferecido por R$ 48.700, na versão LTZ no site da marca. Em uma concessionária carioca, o vendedor pedia R$ 57.400 no mesmo carro (17% a mais que o preço de tabela). Em São Paulo, o valor mais caro achado foi de R$ 54.500. Através de sua assessoria de imprensa, a General Motors afirmou que o mercado é totalmente livre, que os preços públicos sugeridos pela marca são apenas de referência, e que o cobrado vai sempre depender da demanda.

Em declaração, a Associação Brasileira de Concessionárias Chevrolet (Abrac) diz que a órgão trabalha para melhorar as condições de compras e negociação de preços junto ao fabricante para os concessionários, e que "não existe um meio de punição para as lojas que cobram acima do mercado".

Outro modelo recém-lançado, o novo Citroën C3, é encontrado com ágio em concessionárias da marca. A versão intermediária Tendance, sugerida por R$ 43.990 no site da Citroën, é vendida por até R$ 47.990 em revendas consultadas em São Paulo. A versão topo de linha Exclusive manual, de R$ 49.990 no site, surge por até R$ 56.990. Em declaração oficial, a montadora francesa disse apenas que o preço do carro sugerido é bastante competitivo em seu segmento e que "acompanha atentamente às operações comerciais de rede de concessionárias".

Na Fiat, o sobrepreço encontrado foi de cerca de R$ 2 mil para o novo Punto. A versão Attractive 1.4 l parte de R$ 38.570 no site da marca, e é encontrada por até R$ 41.200 nas revendas paulistanas.

Na contramão dos preços acima da tabela, os consumidores conseguem encontrar modelos com valores mais em conta que a lista oficial. O Volkswagen Gol, por exemplo, é oferecido por R$ 32.500 - com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas - em uma revenda de Belo Horizonte, enquanto o preço de tabela é de R$ 33.007, com os mesmos equipamentos.

Em São Paulo, o Renault Duster pode ser comprado por R$ 47 mil, enquanto a versão básica do site é exibida por R$ 48.170. No Recife, uma loja vende a Livina pelos mesmos preços pedidos no site oficial da Nissan, a partir de R$ 42.590.

Fonte: Terra
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