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México anuncia pré-acordo automotivo com Brasil

15 mar 2012 - 06h11
(atualizado às 09h43)
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O México alcançou um "pré-acordo" com o Brasil sobre as divergências a respeito do instrumento comercial para a importação de carros, que o governo brasileiro deseja revisar, anunciou o ministro mexicano da Economia, Bruno Ferrari.

"Foi uma boa reunião, uma boa negociação. Eu poderia dizer que, a princípio, estaríamos falando de um pré-acordo: eles ainda estão fazendo diferentes consultas com seu país e estou esperando a posição final do governo", declarou o ministro.

Ferrari se reuniu na Cidade do México com o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, ao lado dos chanceleres dos dois países, Patricia Espinosa e Antonio Patriota, para destravar as negociações sobre a revisão de um acordo automotivo denominado ACE-55, assinado em 2002.

O Brasil deseja que o México limite as exportações de veículos a uma cota anual de US$ 1,4 bilhão durante três anos, para corrigir um déficit na balança comercial entre os dosi países de US$ 1,7 bilhão a favor do México.

"O que estamos buscando é que isto seja um acordo temporário porque não queremos acabar com o ACE-55, que é uma coisa importante", declarou Ferrari, que considerou a discussão "positiva" por ter permitido aproximar as posições de Brasil e México.

Para o México, a solução deve acontecer dentro do acordo ACE-55 na forma de um protocolo. O Brasil enfrenta um aumento considerável das importações em consequência da valorização do real, o que diminuiu a competitividade de sua indústria. O governo aumentou as taxas de importação, mas com o acordo de 2002 a medida não pode ser aplicada aos carros fabricados no México.

As exportações de automóveis do México para o Brasil aumentaram quase 40% em 2011. O comércio entre os dois países aumentou para cerca de US$ 8,5 bilhões e 40% dele corresponde ao setor automotor.

O presidente da Associação Mexicana da Indústria Automotiva (AMIA), Eduardo Solís disse aos jornalistas que qualquer acordo para limitar as exportações ao Brasil "teria que ser transitório".

O México é o maior exportador de veículos da América Latina, com uma produção total de 2,5 milhões em 2011 dos quais 2,1 milhões foram vendidos ao exterior, quase 70% deles aos Estados Unidos.

A tentativa do Brasil de reduzir as exportações de automóveis mexicanas pode perturbar países como os Estados Unidos, que fornecem componentes para os carros feitos no México, e as operações de montadoras internacionais, com fábricas de produção no país.

A posição dura de Brasília nas negociações de automóveis segue uma desaceleração da economia brasileira no final de 2011. "Parece que o Brasil está assumindo uma posição de força e que está dizendo que não precisa deste acordo com o México. Mas eles realmente parecem estar compensando a falta de competitividade de seus próprios carros por causa da moeda e dos impostos", disse Barbara Kotschwar, uma especialista em comércio latino-americano do Peterson Institute for International Economics, com sede em Washington.

O México é um dos principais defensores do livre comércio e as exportações representam quase um terço de sua economia. Enquanto isso, o Brasil tem se mostrado mais cético em relação a derrubar barreiras comerciais, com as exportações responsáveis por pouco mais de um décimo de sua economia.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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