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Técnicos discutem construção com baixa emissão

31 ago 2009 - 10h42
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A professora da Unicamp e coordenadora do Comitê Temático de Avaliação de Sustentabilidade do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), Vanessa Gomes, o diretor do Powell Center for Construction and Environment, Charles J. Kibert; o sócio sênior da Foster+Partner, Brandon Haw; o conselheiro da CBCS e professor da Poli-USP Orestes Gonçalves; e o coordenador do Comitê Temático Materiais do CBCS e também professor da Poli-USP, Vanderley M. John, discutiram durante o 2º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável formas de reduzir as emissões de gases-estufa e o desperdício na atividade.

Kibert propôs a necessidade de redesenhar um programa para a construção sustentável que utilize um ecossistema integrado, com o uso do design passivo e processo que buscam o reaproveitamento máximo de todo tipo de material. "Usamos a filosofia do 'berço ao berço' em um sistema de reaproveitamento. A idéia é projetar pensando na vida útil daquela construção, com o propósito da reutilização de material. Já temos exemplos de uma casa modular, durável, fabricada de maneira a ser reutilizada. Usa-se 50% da energia das casas convencionais e se gasta 20% menos na construção. Ou seja, o máximo uso do projeto passivo", disse.

Para Brandon Haw, a necessidade é de se criar uma realidade sustentável, pensar em coisas práticas para a redução de CO2. Ele discute o fato de, até hoje, existir construções que nunca foram pensadas de forma sustentável, mas apenas no conforto. Para ele, criar uma cidade fantástica e desenvolver a sustentabilidade econômica, social e ambiental requer equilíbrio entre diversos setores, principalmente o privado e o público. "Hoje, ao projetarmos uma cidade, temos que planejar onde as pessoas gostariam de estar futuramente e como elas poderiam se integrar ao meio ambiente. Com isso, pensamos principalmente em sistemas ambientais que vão desde a direção do vento até saber onde contemplar o nascer e o pôr do sol", comenta.

Já Orestes Gonçalves falou do uso de água nas cidades e nos edifícios. "Mais do que a necessidade de reduzir o consumo ou a obtenção desse bem, é necessária uma gestão do consumo de água, com estratégias e dimensões desse uso. É uma questão que tem que ser encaixada numa visão sistêmica não apenas em um único edifício, mas sim relacionando o sistema público e o sistema predial de distribuição de água."

Por fim, Vanderley M. John destacou que é preciso analisar ciclos de vida, instituir métricas, incentivar o uso de madeira industrializada, selecionar fornecedores pensando no impacto na natureza, entre outras ações mais sustentáveis. "Sabemos que a construção financia muitos impactos naturais, o desmatamento, por exemplo, mas a construção social precisa crescer. Precisamos acabar com as favelas, criar estradas e tudo depende da construção civil. Por isso, para sobreviver será necessário inovar. Mas fica a questão: como a gente muda um setor que tem sido um dos mais resistentes na inovação?"

Fonte: DiárioNet DiárioNet
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