PUBLICIDADE

Consumidor devolve 10% de tudo que compra

As devoluções provocam perda de 5% no faturamento e em metade dos casos a solução pela empresa é dada em uma semana

18 mai 2009 - 13h29
(atualizado em 19/5/2009 às 12h36)
Compartilhar

Dos produtos vendidos no Brasil, 10% retornam para as empresas e em metade dos casos de devolução os consumidores têm a solução em até uma semana, revela a pesquisa "Políticas de logística reversa em empresas que atuam no Brasil". O estudo, inédito, consultou 188 companhias e foi apresentado no 1º Fórum Internacional de Logística Reversa, realizado em São Paulo.

"Nossa intenção foi levantar a quantidade e os custos do processo de devolução em relação às vendas. Metade das companhias afirmou gastar até 5% do faturamento obtido com o retorno dos produtos", explica Paulo Roberto Leite, responsável pela pesquisa e autor do livro Logística Reversa - Meio Ambiente e Sustentabilidade, cuja segunda edição foi lançada no fórum. "O custo do retorno é maior do que a quantidade de itens devolvidos. Mas grande parte das companhias brasileiras ainda não mensura devidamente os custos de retorno", afirma.

O presidente da norte-americana Reverse Logistics Association (RLA), Gailen Vick, falou sobre o dilema da logística reversa. "Os produtos descartados sem nenhuma política de reaproveitamento afetam negativamente o meio ambiente e a vida da população em todo o mundo e, ao mesmo tempo, são um importante ativo perdido pelas empresas. Apesar disso, a logística reversa não recebe a atenção desejada por grande parte das corporações", defendeu. Pesquisa da RLA apurou que os processos na área de logística reversa representam entre 3% e 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de alguns países. Nos Estados Unidos estima-se que movimente, no mínimo, US$ 360 bilhões anualmente.

Luis Veiga Martins, diretor-geral da Sociedade Ponto Verde (SPV), de Portugal, apresentou o resultado do trabalho da entidade sem fins lucrativos que em 2008 recolheu 535 mil toneladas ou quase metade (49%) de todos os resíduos de embalagens colocados no mercado pelas 8,9 mil companhias associadas. Com esse índice, praticamente cumpre, com bastante antecedência, a meta imposta para os países da Comunidade Européia de reciclar até 50% de todos os resíduos urbanos, até o ano de 2020.

Cada uma das companhias contribui com quantias em dinheiro, de acordo com o volume de embalagens utilizadas nos itens que fabricam, para que os municípios recebam pela coleta e a triagem de tudo o que é depositado em ecopontos pela população. No ano passado, os municípios portugueses receberam 50 milhões de euros para realizar a tarefa. "Nossas campanhas educativas e de incentivo fizeram com que, em 2007, alcançássemos um índice de 63% de domicílios portugueses que separam os resíduos de embalagens", afirma Veiga.

Danilo Furtado, do Ministério de Minas e Energia do Brasil, falou sobre o programa de substituição de geladeiras promovido pelo governo federal. A meta é substituir 10 milhões de refrigeradores obsoletos e energeticamente ineficientes em um prazo de 10 anos. "Trata-se de um programa de grande envergadura que está sendo acompanhado por desenvolvimentos tecnológicos de empresas de logística reversa e que certamente trará ao debate os principais inibidores das cadeias reversas de outros setores empresariais", afirma o presidente do CLRB.

Marcus S. Piaskowy, da Logistik Consulting, apresentou o tema "A logística reversa aplicada à legislação ambiental européia, a partir da diretiva Waste Electrical and Electronic Equipment (WEEE)", em vigor desde janeiro de 2006. O objetivo é diminuir a quantidade de lixo eletrônico que chega aos aterros na Europa, de acordo com informações da assessoria.

Fonte: DiárioNet DiárioNet
Compartilhar
TAGS
Publicidade