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Clima já prejudica produção de grãos no País

Mesmo com crescimento da área plantada, safra 2009/9 registra redução de 4,9%, de acordo com a Conab

8 jan 2009 - 12h04
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O clima adverso é o principal fator da redução da safra nacional de grãos 2008/09 divulgada nesta quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Serão 137 milhões de toneladas, resultado 4,9% inferior aos 144,1 milhões de toneladas do ciclo anterior, mesmo com aumento da área plantada de 47,42 milhões para 47,49 milhões de hectares (mais 0,2%).

Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no Maranhão e no Pará, por encomenda da mineradora Vale, mostra que as mudanças climáticas atribuídas ao aquecimento global já são fortemente sentidas. As chuvas estão cada vez mais concentradas não apenas no tempo, mas também no espaço. Chove muito em poucos dias, ampliando os período de estiagem e essas precipitações estão cada vez mais concentradas em pequenas áreas.

Como as mudanças foram percebidas por meio de estações meteorológicas, o estudo do Inpe e da Vale inovou na abrangência das mudanças climáticas. Enquanto modelos internacionais buscam estudar áreas de 200 a 300 quilômetros, o relatório nos dois Estados foi ao detalhe, esquadrinhando áreas de 50 em 50 quilômetros.

As mudanças em outras regiões do País, que contribuíram para derrubar a safra, podem estar relacionadas a esse novo ambiente: áreas alagadas pelos fortes e concentrados períodos de chuva convivendo com regiões não muito distantes castigadas pela seca.

De acordo com a Conab, a única região com variação positiva na produção é o Sudeste, que cresceu 0,3% em relação à pesquisa de dezembro. Já o Sul é o mais atingido pelo clima. Houve estiagem em alguns Estados e excesso de chuva em outros. A queda na produção no Sul chega a 4,8%: de 61 milhões de toneladas projetadas em dezembro para 58,1 milhões de toneladas agora.

As maiores perdas estão no Paraná. A região litorânea de Santa Catarina também foi atingida pelas chuvas e o oeste do Estado pela seca. O milho primeira safra paranaense apresenta quebra de 19%, ou 1,6 milhão de toneladas a menos, saindo de 8,6 milhões do último levantamento para 7 milhões de toneladas. A soja diminuiu 6,5%, ou 783 mil toneladas, passando de 12,1 para 11,3 milhões de toneladas.

No Centro-Oeste a queda é menor, de 0,7%, o que corresponde a uma diminuição de 332 mil toneladas da produção total de grãos em todo o País. A região deve colher agora 46,5 milhões de toneladas. As perdas estão na soja (241 mil t) e no milho primeira safra (103 mil t).

A pesquisa foi realizada no período de 15 de novembro a 19 de dezembro com os representantes de entidades rurais das principais regiões produtoras, de acordo com reportagem de Raimundo Estevam, da Conab.

Fonte: DiárioNet DiárioNet
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