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Abiec eleva previsão de exportação de carne

8 nov 2011 - 20h59
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A indústria revisou para cima sua estimativa para as receitas com exportações de carne bovina do Brasil em 2011, para US$ 5,3 bilhões, um valor que se aproxima do recorde de US$ 5,4 bilhões registrado em 2008, por conta dos preços mais altos registrados neste ano, informou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) nesta terça-feira.

Inicialmente, a Abiec previa receita de US$ 5 bilhões neste ano. Em 2010, as vendas externas totalizaram US$ 4,8 bilhões.

Contudo, a taxa de câmbio em boa parte do ano deixou o produto brasileiro menos competitivo, pressionando o volume dos embarques, que são estimados pela Abiec em cerca de 1 milhão de toneladas em 2011, contra 1,23 milhão de toneladas do ano passado.

O pico nos embarques de carne bovina foi registrado em 2007, quando o volume exportado atingiu 1,6 milhão de toneladas.

"O faturamento cresceu, mas o Brasil perdeu competitividade, e este vácuo está sendo coberto pelos EUA, que está acessando mercados em que antes não estava", disse à Reuters Fernando Sampaio, diretor-executivo da Abiec.

A perda de competitividade brasileira é efeito principalmente do real valorizado no primeiro semestre, que deixava mais caro o produto brasileiro.

Os Estados Unidos, por outro lado, ficaram mais competitivos em boa parte do ano pelo dólar mais fraco.

Para Sampaio, os EUA também se beneficiaram de uma oferta maior de animais para abate, por conta de uma seca.

Exportações

O levantamento da Abiec mostra que as exportações de carne bovina entre janeiro e outubro deste ano somaram 913,7 mil toneladas, queda de 15% ante igual período do ano passado.

Os dados da Abiec incluem as vendas de carne in natura, industrializada e miúdos.

As exportações renderam US$ 4,46 bilhões até outubro, incremento de 8,2% sobre igual período do ano passado, reflexo da alta dos preços.

O levantamento da Abiec mostra que o preço médio da tonelada exportada subiu para US$ 4.883, de janeiro a outubro, contra US$ 3.831 em igual período do ano passado.

A Rússia segue como principal mercado em receita e volume, apesar do embargo parcial imposto às carnes brasileiras desde 15 de junho.

"O embargo não afetou tanto como poderia se supor. Tem frigorífico suficiente para atender à demanda russa", afirmou o executivo.

Ele ponderou que houve uma queda em volume para o mercado russo, mas que segue a tendência geral, por conta dos preços elevados.

Segundo Sampaio, dois mercados merecem destaque neste período, a União Europeia que recebeu volumes maiores em agosto e setembro, por conta da maior oferta dos bois confinados, normalmente dentro do sistema de rastreabilidade.

Outro país que reforçou as compras neste segundo semestre é o Chile. O país, que havia embargado as compras do Brasil em 2005 por conta da aftosa, reabriu seu mercado em 2009.

Neste período, o Chile recorreu ao Paraguai para atender sua oferta, mas desde a reabertura ao Brasil suas compras vêm crescendo gradativamente. Agora, a situação se inverteu, o caso de aftosa no Paraguai fez os chilenos buscarem a carne brasileira.

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